- Oi! Como vai?
- Tudo bem. E você?
- Aquele amigo, heim? Quem diria... tão novo!
- É... vai longe!
- Acho que vai não.
- É... também acho.
- Pois é. Mas não há com que se preocupar... o mundo ainda é quadrado...
- Ainda bem!
- Então... aquele... aquilo... aquela...
Os loucos se calam esperando o que falar. Nada. Silêncio total. Silêncio de loucos.
- Queria lhe ver. Semana que vem. Pode ser?
- Semana que vem vou viajar!
- É? E para onde?
- Não sei. O lugar fica entre o aqui, o ali e o acolá.
- E quando volta para eu poder te visitar?
- No dia que não sei quando... Ah! Lembrei o nome!!! Volto no dia tal.
- Tá bom!
- Então ficamos combinado assim...
- Aonde?
- Atrás do cemitério, depois da meia-noite, se estiver chovendo e o portão aberto.
- Combinado!
- Até!
Os loucos seguiram seus caminhos. Enquanto um pensava onde era o lugar o outro lembrava que esquecera de perguntar quando era o tal do dia tal.
Ficando o dito pelo não dito, como compete aos loucos, chegaram a seguinte conclusão:
- O que era mesmo que íamos falar? - Pensa o primeiro louco.
- Ah! Deixa prá lá. No cemitério a gente lembra...
- sorri o segundo louco.