Se eu pudesse voltar na minha vida, e já que não fui boiadeiro, queria ser crítico literário.Sempre penso nisso. Talvez porque tenha certa implicància com eles, especialmente quando vou atrás de suas indicações. Acho que todos achamos que seríamos mais corretos. Longe de querer julga-los, ando apenas me questionando sobre ser isso. Eu até fiz uma crítica a um livro, e como é só para ver se dou para a coisa, escolhi um que nem escrito foi. Depois eu explico porque. Mas vejam se não levo jeito:
Após dez longos anos distanciado da prosa, o poeta Lindalvo Cruz nos mostra definitivamente seu talento, trocando o ímpeto despudoradamente carnal de sua poesia, pela narrativa perturbadora de seu " Nunca escrevi" ( Editora Em Branco, 870 páginas, R$ 150,50). Embora pese sobre seu novo romance a lembrança do arcaísmo social de seu tempo, a técnica apurada e os diálogos cortantes - sua marca desde sempre - levam a um profundo mergulho na alma dos leitores, num clima de transformação que nos trás enlevados para a trágica dualidade atual.
E então? Ser boiadeiro, depois de tanta vida, é difícil e até arriscado. Agora, isso aí dá para encarar.