Um comutador invisível, de repente, desligou as luzes do dia e a noite fez presença...
Umas poucas estrelas inquietas começaram a dançar no palco escuro do firmamento.
Uma luazinha acanhada apareceu por trás do morro e começou a lançar fios dourados sobre o dorso encrespado das vagas.
Longe, bem longe, ouviu-se a voz de um seresteiro cantando uma canção de amor; aos poucos os sons foram ganhando nitidez e percebia-se um violão sonoro dando mais vibração à quela voz aveludada.
No cais, para deixar a paisagem melancólica, o som da sirene de um navio deixando o atracadouro, rumando para portos longínquos d´África ou do velho continente.
E eu, olhando tudo, pensando noutras noites, querendo que o tempo de hoje seja melhor que o de ontem e, ainda assim, não tão bom quanto o de amanhã.