Sou assim,inconstante e eternamente pessimista. Talvez, esquecida do que seja felicidade, vontade.
A solidão faz disto: tira - nos toda expectativa ou ànimo. E o pior é saber que nunca irá deixar de tê-la, pois ela é crónica, inerente, amiúde, permanente em mim, por mim e de mim para tudo e todos sempre e amargamente. A solidão de dentro e de poucos, por isso tão ininteligível e inviável à vida atual. Uma solidão anacrónica, ultrapassando tempo, plagas e histórias.
Sou eu, ou será ela, que vive em mim ? Ela possui-me, ou melhor, me entranho nitidamente. Ela é aquela parenta da mais profunda reflexão, amiga secreta das grandes epifanias que transcendem à razão e inimiga do bem - estar mais efêmero.
Que a digam os grandes, os filósofos, cientistas e tantos que fizeram da solidão um crescimento da humanidade e não um ponto final à vida, ao caos.
Apenas um barco humilde que une os dois extremos: o real e o não real.