Eu não sei de quem foi a idéia sugerida no título, mas a inspiração surgiu nos desfiles do dia 25 de agosto. Na época, as bandas marciais dos grandes colégios de Caxias faziam muito sucesso entre a garotada. Muitos até participavam dos desfiles em suas escolas. Todos os anos, o dia do nascimento de seu filho ilustre e Patrono do Exército Brasileiro, era comemorado com um desfile escolar na Avenida Rio-Petrópolis, atual Presidente Kennedy. Tinha o palanque onde ficavam as autoridades e na periferia se concentrava a população. A Praça do Pacificador, apinhada de gente, também se enchia de garbo.
As bandas marciais das instituições de ensino faziam um show à parte. Cada uma procurando se esmerar ao máximo, brindava a cidade pelo dia do soldado, Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
Como comentei acima, não me recordo do autor da idéia, mas a nossa promissora banda se reunia no casa do Camilo que era filho de um dos donos do Armazém Azul.
Só havia instrumentos de percussão que nós mesmo fabricávamos, utilizando latas de banha e de tintas. Elas eram cortadas de acordo com o som que se desejava: curtas eram os taróis; longas os surdos e, assim por diante.
Normalmente, beirando a noitinha a banda saía pelas ruas do bairro com o garbo peculiar à s bandas marciais. Tam-tam, tararam tamtam. Tam-tam, tararam tantam. Lá ia a banda pelas Ruas General Càmara, Vileta, Marcílio Dias, Barão do Triunfo, numa sinfonia de latas sonantes, enchendo os corações dos meninos de alegria e os ouvidos dos velhos de barulho. À noite, os instrumentos guardados na casa do Camilo descansavam das batidas que levavam por baquetas feitas de madeira dos caixotes da quitanda do Manoel Orelhinha.