Bem na esquina da Rua General Càmara com a Rua Vileta, existe ainda hoje, uma jaqueira. Um pouco alquebrada pelos anos, ainda se mantém o porte fidalgo na velha senhora, testemunha de nossas farras de garoto. De fronte à s casas de alguns personagens interessantes como o Terrível, velho patrulheiro rodoviário, hoje velho despachante, dos assuntos ligados aos automóveis. Havia, o Nelson Gonçalves, homónimo do famoso cantor, sempre a pedalar sua bicicleta pelas ladeiras do 25.
Nos fundos, morava o grego Basílio que não lembrava a clássica beleza grega, nem tampouco a sapiência de um Sócrates. Ele era apenas, mais um consertador de rádios. Um eletrotécnico, como se dizia. Ao lado morava uma senhora que vendia alparcatas. Do outro lado da rua, uma menina que povoava os sonhos e o saco do Pé-de-Pato, era a alegria de alguns dos meninos.
A jaqueira era toda loteada. Cada um tinha seu galho preferido para observações e descanso. A época dos frutos, isto é, da jaca propriamente dita, não durava muito tempo, pois logo um dos peraltas, a comia, muitas das vezes nos galhos mais altos para não dividi-la com ninguém.
Uma das delícias proporcionada pela bendita árvore, além da sombra e da ocultação da turma de magricelas em seus galhos, era a visão da mais bela das meninas que moravam na rua, em seu shortinho verde.
Filha do Procurador Geral do Estado naquela época, e irmã de um dos colegas da turma, Suely era a musa de todos nós.
Hoje, eu diria aos meus contemporàneos: Bons tempos em que a gente ainda subia nas jaqueiras.