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cronicas-->O passar do tempo -- 17/02/2003 - 03:06 (Luciene Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se ganhasse um dinheiro, compraria uma cadeira de rodas. Então, poderiam passear. Ou então, teria que fazer halterofilismo. Não sabia com que dinheiro, mas teria que fazer alguma coisa, de qualquer maneira.
Gostava de Ercília. Desde pequeno. Ela tinha seis anos quando ele nascera. E desde os seis anos dele, ele lembrava, ele gostava dela. Quando ele tinha 10 anos, ele tomou coragem e disse a ela que um dia se casariam. Depois de dizer isso, quando viu os olhos arregalados de surpresa dela, saiu correndo como se estivesse fugindo de um bando de cavalos doidos. Ela tinha dezesseis anos e gostava de outro menino, ele sabia disso. Mas era paciente. Sabia que era só questão de tempo. Mesmo que ela se casasse com aquele tal de Gesinaldo, um dia eles teriam que se separar, afinal todo casamento é assim, não é? Não via o de suas tias e pouquinho, pouquinho, até seus próprios pais já estavam por esse caminho? O deles é que não acabaria assim, pois tinha amor de sobra, pelo menos da parte dele. E ela, ela tinha tanta mansidão que com o amor dele, haveria de ser casamento para mais de metro de ano.
E ela bem poderia se desinteressar daquele magrela com cara de fuinha. E foi o que aconteceu. Ele já tinha dezesseis anos e, ela, vinte e dois. O tal de Gesinaldo acabou se engraçando com outra fulana e ele foi até a casa dela. Lustroso, aprumado, cheiroso, saído do trabalho. Disse que queria namorar com ela. E ela disse que sim.
Era engraçado ver os dois. Ela, moça forte, bonita, madura. Ele, um garnizezinho desfilando com ela em final de semana, orgulhoso que nem pavão. Dois anos depois, à beira de casar, ela sofreu o acidente de carro na capital da cidade, onde havia ido para comprar parte do enxoval. Pensou que ele romperia o namoro, pois como se casaria com uma inválida? O amor aumentou mais. E ele iria comprar uma cadeira de rodas para que pudesse mostrar-lhe o céu de seu amor, as estrelas, as crianças nas praças...SE não pudesse comprar a cadeira, teria que fazer halterofilismo, para carregá-la por aí. Seu coração era só dela, andasse de cadeira de rodas ou não.

L.Lima
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