Em determinado período do ano, as senhoras faziam uma novena a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro pelas ruas próximas a nossa casa. Não eram apenas as senhoras, havia senhores, meninos e meninas, mas a presença feminina era extremamente maior. Uma vez por semana a santa deixava a casa que havia ficado na semana anterior e ia para uma nova casa. Nesse ritual, ocorria a procissão.
Percorrendo as ruas do bairro até a nova residência da santa, uma pequena multidão entoava as ladainhas, seguindo todos os procedimentos religiosos pertinentes à ocasião, inclusive o translado da imagem no andor que alguns meninos, à s vezes, carregavam.
Não sei quando deixou de ocorrer esse tipo de manifestação religiosa pela ruas. Há muito tempo que não vejo um andor transportando uma imagem, por meninos, na minha Aldeia.
Na cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, em todas as portas de entrada das casas existe a cruz de Jesus, simbolizando que aquela casa aguarda a chegada de Nossa Senhora, que é bem-vinda. Legal.
Na minha aldeia, hoje em dia não se pratica mais esses rituais, nem existe cruz na porta de entrada das casas; mas nos corações de tantas nossas senhoras, como a Dona Madalena, D.Isa, D.Sónia, D. Zulmira e de tantas outras que não me lembro agora, tais manifestações têm e continuam tendo lugar em seus corações. E louvam de amor e fé , o ritual pela vida.