Quando a gente passa por alguns restaurantes, principalmente os considerados para pessoas de pouca renda, há sempre uma tabuleta onde se lê : Comida Caseira.Claro que querem dizer que a comida é como se faz na sua casa. Feijão, arroz e bife com batatas fritas, é a mais comum, apesar de que na maioria das casas desse Brasil, nem comida há.
Lá em casa, a comida só era caseira por ser uma casa, pois nem nos melhores palácios, comia-se tão bem. Até quando meu pai estava em plena escassez orçamentária, minha mãe fazia um pirão com ovos ponche que nós o saboreávamos como se fossemos príncipes. Bem pequenos, ela nos sentava no chão e nos alimentava na boca com uns bolinhos de feijão que chamava de capitão. Era tão bom que a gente comia um exército inteiro só de capitães. Com a sobra do dia anterior, quando sobrava, a culinária virava arte: eram bolinhos de arroz, sopa de entulhos, pudim de pão dormido, e muito mais. A carne assada, era 10, sem contar o baião-de-dois e o sarapatel.
Hoje, eu sinto água na boca, só de lembrar do feijão da dona Nair, do Angu da dona Mena, do prato-feito da Neneca, do macarrão da dona Sónia e de tanta comida caseira que as Marias e Clarisses, Doras e Mariquinhas fizeram e continuam fazendo pela aldeia.É tanta lembrança que eu estou me sentindo novamente um príncipe.
Mas...também tinha feijão com arroz, simplesmente.