Pelo vidro fumê da janela, caloroso e promissor, o sol do final de abril anuncia um novo dia. É segunda-feira, mais um dia de trabalho, mais um momento para refletir sobre os acontecimentos mais recentes de minha vida: o período de convocação em Brasília, a oportunidade de conhecer novas criaturas, um trabalho diferente e desafiador.
Fazendo um balanço desses dias sinto que houve positividade. Afinal, nesta quadra de minha vida, pude cumprir uma missão a mais, recebendo elogios ao final. Pude, além do mais, estar longe do caldeirão em que se há convertido minha vida profissional.
Agradeço, portanto, a Deus, que colocou em meu caminho alguns amigos, respingando esperanças no solo comburido dos meus sonhos.
Entrego ao Criador as amarguras e os desencantos e peço-lhe ardentemente que não deixe a minha vida azedar por conta de tais episódios desagradáveis e doridos.
Estou vivo, estou bem e, ao redor de mim, os meus familiares também vão aguentando os trancos, na certeza de que, quando termina a terra de Nosso Senhor, ali mesmo começa a terra de Nossa Senhora.