Durantes os festejos juninos, todos os anos eu montava uma
barraquinha de vendas de fogos. Eu e mais um montão de meninos, já
que praticamente em quase cada esquina existia uma. Eram bem
tradicionais as nossas barracas, feitas de caixotes de madeira e decoradas com papel colorido nas prateleiras. As lanternas, com velas para a iluminação,e o charme das barracas, muita vezes provocavam pequenas tragédias.
Certa vez uma barraquinha que um dos meus irmãos havia
montado na calçada do Edifício Rei, na Rua Vileta, explodiu , levando
umas falanges de seus dedos. Não me lembro do motivo da explosão,
mas com certeza os estalinhos , as bombinhas, as cabeças -de-nego, e os busca-pés, entre outros fogos de artifícios, devem ter provocado um belo show de pirotecnia.
Tenho muita lembrança de uma barraquinha que eu tive por
conta de uma certa fotografia que se perdeu no tempo e, um fato muito
curioso.
Onde hoje é o bar do Tuninho, na esquina da Rua General Càmara com a Rua Tuiuti, era a casa do senhor José Martins que vem a ser o pai do mesmo Tuninho. Na época, o meu irmão mais velho havia feito uma barraca mais estreita. Estava muito bem feita, mas era mais estreita que as convencionas. Isso foi muito bom, pois o muro da casa era extremamente adequado para aquele tipo de barraca. Como era de alvenaria e grades de ferro, ela se encaixava como uma luva.
Nessa foto, eu estou ao lado da minha barraquinha, vestido
com uma camiseta muito bacana, um short e um par de tamancos, todos comprados com o dinheiro que eu ganhei vendendo fogos.