Nossos sentimentos são como as vidraças, quando estão limpas, transparentes, iluminam nossas vidas de fora para dentro, deixam a luz da alegria e felicidade passar através delas e preenchem cada espaço com amor.
As vidraças podem qualquer aparência entre o moderno e o antigo, tanto faz, o q realmente conta é que através delas possamos olhar o mundo e o mundo possa nos ver.
Muitas vezes, quando deixamos nossas vidraças embaçarem ou nos negamos a perceber que elas estão ficando opacas ou sujas, passamos a nos interiorizar de forma sutil e progressiva, e isso não é nada bom.
Não que isso seja de todo ruim, pois interiorizar-se esporadicamente nos ajuda a perceber erros e acertos, a corrigir aqueles e a repetir estes, de forma que não esqueçamos que a reflexão tem importància pessoal.
O erro maior no entanto, é quando deixamos nossas vidraças (que é nossa alma imortal e bela), refletir-nos e refletir o mundo de forma distorcida, triste e obscura, envolta em um gama de atos e ações ruins demais para ser de um ser humano inteligente e esclarecido na sua essência fundamentalmente boa.
Na maioria das vezes, esquecemos simples e sistematicamente de limpar nossas vidraças e as deixamos, feias e embaçadas por tanto tempo que ao começar a perceber isso, reconhecemos que nossa vida não tem sido tão satisfatória quanto pensamos estar sendo e merecendo.
Também é comum esquecermos que, se nossas vidraças estão turvas, prejudicamos a visão dos outros que tentam nos ver e ajudar, mas não conseguem nem perceber se há alguém por trás delas querendo renascer. E isso é nossa culpa... ou desculpa.
Limpar nossas vidraças interiores é um renascimento, pois retiramos de nós mesmos o ranço de um desafeto ou desamor, olhamos para dentro e para fora no intuito de reorganizar a vida, e recomeçar dos erros e enganos para coisas melhores.
Ao limpar vidraças, retomamos a luz, que renovada entra iluminando feericamente todos os cantinhos da alma, readquirimos a paz que se materializa por estarmos de bem com todos e com tudo, retomamos projetos esquecidos na nebulosidade do medo de tentar.
Assim procedendo limpamos nossa alma e a estamos expondo com absoluta certeza, renovada, bela e real, aos olhos que vêem a vida através de vidraças transparentes e impecavelmente despojadas de rancores e medos, que estes sim podem ser tão poderosos a ponto de nos levar a esquecer que somos seres para viver e conviver em sociedade e não unidade.
Temos que lutar sempre por nossas vidraças límpidas, para realmente vermos do outro lado a alma dos outros, refletidas em tantas outras vidraças, nem sempre tão claras, nem sempre obscuras, mas ainda reflexos da nossa alma, nas nossas vidas... em todas as vidas.