A última vez que o vi foi no universo místico de minha mente. Aquela imagem tão real, estática, semelhante a um belo quadro, ficará para sempre gravada em minha memória...
Na varanda eu o avistei...
Não via a parte de dentro da casa, apenas as grossas grades de madeira
Não reparei no céu
Não havia Sol mas a claridade era imensa
O ar parecia límpido, transparente
Bem distante ele me observava
Estava em pé sobre a grama escandalosamente bem cortada, que cobria o espaço enorme de um relevo suave e bem delineado.
A bela cena era emoldurada por esplendorosas árvores de um verde muito forte, quase negro, que contrastava com a delicadeza do tapete bem claro abaixo de seus pés.
Ele parecia estar exatamente no ponto de encontro entre o chão e o horizonte.
Apesar da infinita distància entre nós, eu pude ver seu rosto.
Sua face parecia serena, ele não sorria, mas me transmitia uma paz maravilhosa.
Foi uma única cena, um único momento, mas que me pareceu infinito, pois estava ausente a força ditatorial do tempo.
Olhando seu semblante doce e profundo senti uma felicidade imensa...
Não trocamos uma única palavra, nem um único sorriso,
mas talvez nossa alma tenha se encontrado.
Por muito tempo senti sua presença.
Ele parecia bem próximo de mim...
Até que um dia, não sei como nem pq... a luz se apagou...