Onde estás?...
Corri para chegar à tempo. Te vi de longe ou foi só meu pensamento? Será que foste embora mesmo ou estás apenas se escondendo para fornecer maior sabor ao momento? Acho que percebi tua voz e escutei teus passos. O mesmo vento que me levou a ti, volta sem a resposta. E eu aqui esperando-te toda prosa...Para onde será que o vento leva a tua presença?
Ali!... Acho que estás ali na outra esquina. Corri com meus saltos altos e minha blusa leve. Nem reparei o asfalto. O tanto de buraco. Em cada desvio, um salto livre nos meus pés pequenos, ganharam asas de ícaro.
É. Mas não estás e não és. Acho que foste embora...quem sabe nem chegou e o que presenciei foi a visão do meu olhar desejoso de ti. Ficou um talvez misturado ao senão ou o algo à alguma coisa ou até mesmo, coisa nenhuma.
Então já vou. Ainda resisto mais um pouco. Quem sabe apareces e fala-me o que sentes ou invente belas e sorventes poesias de amor.
Mas acho que não sabes que estou perambulando pelas esquinas. Que estou esperando-te arrumada e perfumada. Querendo passar os dedos pelo teu rosto como leitura de cego. Ouvir tua voz beijando a tua boca na minha voz. Depois deixar-te ir e ver-te dobrar a esquina jogando beijos. Um adeus misturado à sorrisos, satisfazendo minha fantasia romàntica de lua cheia que agora brilha na tela do céu.
Será que sabes que ainda estou esperando?
Ou mesmo...
Será que sabes que te gosto?
Perguntas que a lua não responde. A mesma lua cheia que encontra a minha estátua na esquina, revestida de verde-esperança.