Creio que só a compreendemos, realmente, quando eles se nos deparam.
Tenho sido agraciada, não raro, com momentos assim.
Estava, hoje, a almoçar com meu amor, um deles, o mais velho, o maridão...
Filho ausente, meu outro amor, só nos acompanha no jantar; mas foi bom!
Chegaram, via correio, novos cartões do Plano de Saúde. E ao abrir o envelope, em tom de riso, disse-me ele:
"Meu bem, olha que coisa interessante: trocaram a data de meu nascimento, rejuvenesceram-me seis anos... Quem me dera!"
E continuou a comer. Eu a contemplar. Imediatamente, tentei retroceder os sete anos e nada consegui ver...
Percebi que o passado não existe; é lembrança apenas.
E ali te olhava e confesso: nunca te vi tão bem e tão disposto; nem rugas tens no rosto! E os cabelos num misto, prateados, a delinear teu rosto moreno, dão, mais que sinal de idade, um certo charme.
Foi então que percebi, nesse momento, como ficaste mais belo com o tempo... Os lábios no frescor de tantos beijos, ainda conservam o toque quente das delícias que me dizias, no começo; agora tão "ousadas", que deixariam uma freira consternada...
Fui acompanhando teu rosto distraído, e descobri que pouco nos olhamos, assim de perto, e com tempo...
Já nos "acostumamos"?
Não sei... Sei apenas que, seja lá o que for... Eu mais te AMEI!
"O amor, com o tempo, não fenece... Apenas amadurece... Mas poucos se dão conta disso."