Usina de Letras
Usina de Letras
158 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62211 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->HISTÓRIAS DO ZÉCA TIRA 3 - "Os Bicho" -- 20/02/2004 - 11:52 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HISTÓRIAS DO ZÉCA TIRA 3
Os Bicho

[De como Zéca Tira conta a história do seu afilhado, o filho do seu compadre Bulico. O rapaz, segundo dizem, é homossexual]

A meno co num desse cos burro nágua quesse negoço dos interro da muié, queu memo nem mai sabia dessa severgonhice cos povo anda falano do fii do cumpade Bulico.
Té eu num di munta trela pressa prosa não, proque os povo pro nadica de nada, anda falano coisa qui é um ribuliço. Socê fô memo desse qui qué sabê os tim tim dos tim tim, tá memo na margaça.
Pois é, o minino é dos nosso cunhicido, e inté afiado da gente, queu batizei na foguera do São Juão. E ele era memo de casa, proque memo queu num m agradasse da maiada, andô de brinco cá ma fia. Ma se bem da vredade, queu inté suntei as brincama do dois no iscundido, e nun achei cas brincadera fosse memo coisa de se querê qui parasse, proquê, eis brincava memo era de buneca de mii, de panelinha de cumê, e coisa de minina memo.
Ma isso eu nunca assuspeitei da maiada, proquê se o minino num avera de brincá dos brinco da minina, a minina havera de brincá dos brinco do minino. Se bem quele anté se vistia cas ropa da fia, e era cumade pa lá, cumade pa cá. Seis fosse fazê cumpade e cumade, é queu inha intreverá falano preis pará.
Ma o minino foi creceno, foi emoçano, e a ma minina tamem foi panhano jeito de muié, e condefé os dois teve qui i pros colejo, proquê esses guverno agora facilitô essas coisa de sabê de leta, e condefé, os dois ficô memo na cidade. Inté de cumeço eu num achava muta graça nessa istora, ma tem horas qui nóis tem qui fazê qui num iscuita os iscuitado pra mió vevê. Co sabia qua fia presses lado, inha cabá inventano moda cumas ota fia dos meu vizim inventô.
Bão, a fia, inveredô presses trem de imprego, de querê como lá diz uma vida mió, e pa menhorá, anté arranjô um desses rabicho da cidade, que ave Maria, Nossa Sinhora, eu inté discunjurei o xujeito. Chegô aqui um dia, pra cumeço de assunto, só os dois num carro desses da cidade. Ela toda prosa, toda cheia de regatirice, e eu inté falei pra muié, que essa coisa num me tava cherano coisa boa, pois cumé ca fia vinha suzinha cum xujeito de lá pra cá, de cá pra lá, pro mato, sem um arguém pra vijiá os modo e os cumportamento. Pois eu tava cas razão, que logo sobe cá minina ia dá um neto preu. E eu fiquei cas coisa na goela, proque um xujeito daquele, todo imprequetado de bujinganga pra tudo qué banda, fazê um serviço desse na fia da gente, é memo duído. Se bem cá véia falô preu, cá minina tava era gostano, proquê andava na aligria e na filicidade, queu até acumformei um poco. Ma fia é fia, e a gente é mei duído pras fia da gente.
Bão ma eu inha falá memo, era do fii do cumpade Bulico, queu sô pro mal dos pecado, o padrim. Eu num quero arrepeti o qu iscuitei do pesto não proque é inté difice dacreditá, proque esses negoço cos povo anda falano é mais paricido ca istora dos tatu, queles é qui tem esse negoço de si proveitá dos buraco dos oto.
Pa falá as vredade, eu disacreditava desse nogoço qui fala dos ome da cidade fazê esses trem quaqui nóis só fais cum muié. E so sinhô é dessa laia desses ome da cidade, que pareça os peba, me adiscurpe, proquê eu num tô costumado quessas coisa não. Acho mió e meno duído tê ua fia e os xujeito derrubá ela nos mato, qui tê um fii, pos povo falá quele tá quessas poca vergonha cos povo anda falano do meu (pro mal dos pecado), afiado.
Ma é disso queu falava ca véia, quesse mundo inda vai virá memo é um cabaré só, proque tudo mundo sisqueceu da vergonha, e agora tudo mundo ta teno vergonha é de tê vergonha. Vê só nondé qui vai chegá o tamano das ropa das muié, qui vai abaxano in cima e suspendeno in baxo. Condefé daqui uns diinha nóis inté vai tê que tampá os óio pá num vê o incronto. Já iscuitei falá qui num sei nadonde, as muié já ta ursano só dois pedacin de pano.
Onde já se viu esse nogoço cos povo anda falano dos bicho? E pro mal dos pecado, os povo agora disque bicho que gosta de buraco nem é mais tatu: é viado...
Cred im cruis. Vamo falá dotra coisa!...

**
Adelmario Sampaio
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui