AMOR FORASTEIRO
O amor que te dou
Te cobro em suor e dor,
Na revolta do teu cultivado pudor,
Te exponho ao ciúme e ao rancor
O amor que te dou
É a semente do fruto imaturo,
Sem dono e sem rumo,
Eco do meu grito mudo
Do qual nos fizestes muro
O amor que te dou
Vem do querer inseguro,
Frágil elo entre o claro e o escuro,
Sem passado e sem futuro,
Feito de promessas e sonhos obscuros
O amor que te dou
Tem alma de forasteiro,
Canto de seresteiro,
Sem destino nem paradeiro,
O amor que te dou
Não é santo nem bento,
Tem a cor do cimento,
E a espessura do vento
E sempre acaba em tiro ou lamento
MORGANA
Rio, 5/10/04.
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