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Poesias-->DOR -- 09/12/2004 - 20:58 (Morgana Meirelles) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DOR



O susto de vê-lo refeito

Sangrou a ferida que trago no peito,

Em gotas rubras de dor,

Pesadelo sem cor,

A assombrar o meu amor



A raiva de vê-lo inteiro

Explodiu em ondas de ódio e desejo,

Como lâminas afiadas de rancor,

A desfigurar este amor pagão

Na amarga solidão desta canção



O medo de perdê-lo

No desalinho da paixão incandescente,

Que incendiou tua alma adolescente,

Me fez prisioneira desta fúria indecente,

Que não cala nem consente

Que de mim te ausentes



A sensação de vê-lo companheiro

De certa emoção sorrateira,

No desvario de braços solteiros,

Que faz o amor virar forasteiro,

Deixou minha esperança solteira

Sem eira nem beira



A dor de não tê-lo prisioneiro

Do meu querer feiticeiro,

Transformou meu desejo

Em lanças de veneno e rancor

Atestado de óbito deste amor



MORGANA



Rio de Janeiro, 09/05/04.



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