DOR
O susto de vê-lo refeito
Sangrou a ferida que trago no peito,
Em gotas rubras de dor,
Pesadelo sem cor,
A assombrar o meu amor
A raiva de vê-lo inteiro
Explodiu em ondas de ódio e desejo,
Como lâminas afiadas de rancor,
A desfigurar este amor pagão
Na amarga solidão desta canção
O medo de perdê-lo
No desalinho da paixão incandescente,
Que incendiou tua alma adolescente,
Me fez prisioneira desta fúria indecente,
Que não cala nem consente
Que de mim te ausentes
A sensação de vê-lo companheiro
De certa emoção sorrateira,
No desvario de braços solteiros,
Que faz o amor virar forasteiro,
Deixou minha esperança solteira
Sem eira nem beira
A dor de não tê-lo prisioneiro
Do meu querer feiticeiro,
Transformou meu desejo
Em lanças de veneno e rancor
Atestado de óbito deste amor
MORGANA
Rio de Janeiro, 09/05/04.
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