Horas Mortas
Queria ter poder
Para fazer as horas
Estacionarem na minha emoção
Gosto dessas horas mortas,
Calmas, da cidade parada,
Cansada, sem sustos,
A esperar quieta o amanhecer
Gosto de ser triste
De vez em quando,
É uma tristeza repleta de beleza
Que só o silêncio pode compreender
E testemunhar o beijo de despedida
Dos meus sonhos de menina
Na calmaria que abraça a noite
E se espalha pela rua escura,
Entre janelas obscuras e mudas,
Eu anoiteço e me esqueço
Do peso do dia nos braços da lua
E quando o sol invade a vida
Minha alma abastecida
Retorna de mansinho , renovada
E cheia de vitalidade,
A esperar outra madrugada
Para esgueirar-se
Solitária tendo a quietude
Solidária das horas mortas,
A vigiar os olhos sonolentos
Do dia que vai aos poucos...
Amanhecendo
Morgana
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