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Contos-->HISTÓRIAS DO ZÉCA TIRA 6 - Matraca -- 01/03/2004 - 07:55 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HISTÓRIAS DO ZÉCA TIRA 7 - Matraca

_ Em cumpade, eu levantei u a prosa cum Visito, intonce ele tava mispricano u as coisa munto boa qué inté bão de sabê. Tava contano os causo prele das caçada qui nós já feis presses matama conde os mato era mais bão e qui tinha ma caça pa caçá. Sá co ome inté qui proseia bão. Só achei mei difirce, proque o danin tem u a prosa pareceno memo os povo do cumerso. Ma ele num ri dos nosso proseio não. Ele té falô um trem teressante, qui é desse jeito memo, quele gosta discuitá as prosa. O pareim ficô rodano os zói cas luiz piscano, intonce ele digue preu pertá num negorço aqui, se pará de rodá. Cê acha quele tá memo guardano as nossas prosa, cumpade?
_ Tá.
_ Ma ome de Deuso, qui coisa ma teressante esse negoço. Eu apreguntei proque é quele qué iscuitá as nossa, intonce arrepostô qui é p aprendê o cos povo do cumerso sisqueceu. Má cumpade, essé o premero qui vem de lá pa cá dizeno qui nóis sabe ma queles. Proque tudo mundo vem siná nóis, o que nóis tá canso sabê proque os mas antigos insinô. Ma eu sei qui eis munta veis té qui fais u as coisa munto boa: u a jerção prum bicho, um remeido pa curá um trem qui nóis murria tigamente. Cê tá m iscuitano cumpade?
_ Tô pareceno tenção tudin cocê tá proseano. Possa prussigui, cô tô cas oreia cesa memo.
_ Cê alembra qui os antigo murria munta veis de nó na tripa? Conde o divido dava o trem nem diantava rezá, se num fosse pa cumendá a arma po purgatoro. Nó na tripa era memo de morte... Ma foi essas coisa qui nós tava arrifirino. M agora eis digue qui nó na tripa é penicite, num sei. Em cumpade, era bão quesses povo prendesse proseá dereito qui nem nóis memo. Penicite. Minô cumpade, das parença de memo queses prendeu proseá n estrangero. E é u as palavrama todas travessada: penicite, garvadô, sê tá sabeno queis das parença memo qui num sabe falá, ma eis sentende, é qué bão. Se bem co Visito digui qui os povo qui ma sa falá, é os qui ma desdintende. Aí cumpade, mainô proseá "desdintende"?... Cumpade, sê tá scuitano, ô não?
_ Tô.
_ Será qui o Visito num qué vim morá pa nossa banda? Quele tava rifirino qui tá mei juado do cumerso. Disque pro lá é munto difirse de vevê, proque os povo só farta cumê uns zonzoto. Foi intoce que falei prele cumpra u a porpiedade cuma eis proseia, e se mudá qui nóis vai inté achá bão proque eu tô achano quele é inté um xujeito munto geitado memo. Cumpade, o ome falô ansim qui, nóis é um tisoro qui os guverno havera de presvá. Que qui é "presvá", cumpade? Cê tá sabeno qui o guverno é qui manda im tudo nóis, cumpade. Cê já viu esse tar de guverno cumpade? Esse cumê cocê tá fazeno, tem memo o chero dos cumê da finada cumade. Tô canso de alembra ca cumade cusiava bão. Cê anda munto sem querê proseá. Cê tá burricido, ô é proque cê num qué memo prosa? Cumpade, esse trem aqui, conde vai rodano esses zói, des primero, um zói é grande, e o otro pitititim, ma adispois, o pitititim vai ficano grande, e o otro vai piquenano cada veis mais inté ficá pitititm qui nem o otro. Será quesse trem é insinado memo, cumpade? Eu tô memo é sem pacênça disperá esse trem pará, preu pertá os lugá quele rifiriu preu. Ma das parença qui vai pará. Proque um zói tá bem pitititm.

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Adelmario Sampaio
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