Usina de Letras
Usina de Letras
25 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62275 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10382)

Erótico (13574)

Frases (50664)

Humor (20039)

Infantil (5454)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140817)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Erotico-->Pé de Serra II -- 15/08/2003 - 19:57 (Juraci de Oliveira Chaves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

(continuação)

Anita estava ansiosa, era seu primeiro ato irresponsável depois de casada.
Tomou o banho procurando relaxar um pouco, estava tensa. Enxugou seu corpo vagarosamente. A toalha alva, macia, passeava sem pressa pelo seu corpo controlando o ritmo do pensamento. Um hidratante para proteger a pele, a colônia suave a perfumava.
Num ritual calmo e preciso, se vestia. Cada coisa a seu tempo:
primeiro a calcinha, depois o sutiã meia- taça, tudo novinho, na cor bege, com renda e cetim. Vestiu-se da maneira mais adequada para o dia. Um blazer azul, com saia justa da mesma cor um pouco acima dos joelhos. Estava perfeito em seu corpo cheio de curvas sinuosas e bem feitas. Sabia que não era feia nem bonita. Os quilinhos sobrando deixava-a mais esbelta e gostava daquilo. Corpo de modelo não a agradava. Gordurinhas no lugar de esqueleto, pensava .Ainda na frente do espelho, deixou que um sorriso tímido lhe surgisse no rosto, enquanto deslizava suas mãos pelo corpo, ajustando a roupa. Usava pouquíssima maquiagem e um chapéu de abas largas para disfarçar e esconder o rosto rosado. Um óculos escuro cobria os olhos mais para assustados. Jogou algumas peças de roupa e a necessary dentro da bolsa, correu pra frente do espelho mais uma vez, conferiu se estava tudo ok e saiu trancando a porta, olhando por todos os lados. Nem precisava deste gesto, o marido só voltaria quando a expomoc terminasse. Nervosa como tudo que se faz à primeira vez, alcançou a rua.
O taxi já a esperava. Passou o endereço ao motorista, deu graças por não conhecê-lo.
Enquanto o carro corria, muitas incertezas. Pelo espelho o olhar de passageira e motorista se embarafustavam vez em quando: “Será que ele sabe que estou cometendo loucuras?” Inquiria a si mesma.
Anita nem percebeu a distância do percurso quando ouviu:
- Chegamos.
Acertou a corrida, dispensou o taxi, entrou e percebeu que o recanto estava cheio. Tremeu novamente ao ver olhares fixos nela. Tantos! Um par de olhos seria dele, pensou. Não sabia qual. Sentou-se num canto, visão livre, quase fingia admirar o sol escondendo atrás da serra. Quantas serras! O clima agradável parecia quente. Ela suava. Pediu um refrigerante bem gelado. Estava tensa e disfarçadamente procurava o desconhecido com um olhar clínico. Todos ali, incógnitas.
“Meu Deus, o que estou fazendo aqui? Não estou cometendo adultério, só quero descobrir quem é este “mensageiro” atrevido.”
Às vezes, passava a mão suada sobre a testa para afastar mechas de cabelo que se assanhavam com a brisa do entardecer.
A garçonete trouxe-a à realidade quando lhe serviu a bebida. Junto um botão de rosa natural, vermelho, com a mensagem:
“Posso fazê-la feliz.”
- Miinha Noossa Senhoora - esboçou alto. O coração bateu forte, olhou para muitos e para o nada, ficou ainda mais nervosa. Rodava o botão com os dedos quase que mecanicamente quase com raiva. Qualquer pessoa que levantasse da mesa a incomodava, parecia se dirigir a ela, parecia ser ele. E se fosse? Qualquer momento seria. Ele estava ali, já sabia.
Uma sensação de estar sendo espiada, a incomodava.
Precisava voltar pra casa e dar ponto final nessa insensatez. E se alguém a conhecesse e perguntasse o que estava fazendo ali no “Pé de Serra”? Ou por seu esposo? Já estava com a resposta na ponta da língua: “Espero o ônibus para Pirapora”. Tomaria o primeiro que passasse, mesmo que não precisasse usar a desculpa esfarrapada, - estava decidido.
Logo que chegou à esta conclusão, atrás de si e no seu ouvido, um sussurro: - Posso fazê-la feliz.
Virou-se automaticamente e o espanto:
- Mas... Você não é o ...
- Sim eu mesmo. Acompanhei seus passos um tempão à espera desse
momento. Não sou o taxista, me fiz passar por ele. Sabia que tomaria um taxi e colaboraram comigo, como noutras vezes.
- Como sabia que iria pegar logo este?
- São meus amigos e passei o endereço para a central da qual faço parte.
Não falaram mais nada, se olhavam apenas. A atração fora instantânea, para ela. Por sobre a mesa, Alberto segurava as mão suadas e frias de Anita. Encorajava-a. Poucas palavras a mais e entenderam que estavam ali por um amor que surgiu em mensagens bobas, tolas. Não havia entre eles aquele clima de tesão desvairada, de urgência por sexo. Havia sim uma necessidade de ficar a sós, sem a sensação desagradável de encontrar algum conhecido, de ter que buscar respostas para o não inexplicável. Surgiu, aconteceu e pronto.
- Vamos sair daqui? Convidou Alberto ajudando-a deixar a cadeira vazia.
Sem responder ou fazer qualquer gesto negativo, Anita o acompanhou.
Passaram por uma renque de árvores e logo chegaram numa pequena pousada bem cuidada, parecia esperar por eles. Empurraram a porta e de repente um carinho, a necessidade de tocar um no outro. Estavam ali, muito próximos, muito juntos e, quem sabe,apaixonados.
Trancaram a porta por dentro e se beijaram. Anita segurava seu rosto entre as mãos, e as dele passeavam pelo seu corpo que queimava desejo. Ela sentia sua língua deslizando pelo seu pescoço, lambendo sua orelha, deixava escapar gemidos de prazer... Beijaram-se demoradamente. Ele escorregou a mão por dentro da blusa decotada, aquela mão forte e segura, massajou os seios dela com cuidado, apertando carinhosamente os mamilos. Beijava-os.
Tremiam-lhes as pernas, arfavam os peitos. O desejo, era maior que qualquer tipo de vergonha ou pudor. Se esfregavam um no outro, trocavam beijos e mais beijos ávidos. Não precisavam de mais nada só chegar ao final daquela espera. Alberto estava todo arrepiado de tesão, Anita suspirava de ansiedade. Vagarosamente cada um se desfez das peças de roupa que cobriam o corpo ardente do outro. Ele segurava os cabelos dela e gemia, ela, mordia tudo nele, delicadamente. Uma onda de arrepios de frio, seguidos de calor intenso, eriçava os pelos de ambos. Endoidava-os. Alberto se encantava com a nudez do corpo de Anita. Seios rígidos e dourados com perfume e gosto de algas. Não falavam quase nada, apenas sussurravam e balbuciavam algumas palavras soltas em meio ao delírio, buscando o êxtase. Anita sentiu o calor do membro dele lhe tocando, lhe penetrando...Devagar...Saindo... Entrando de novo, cada vez mais profundo e mais forte... Loucura estonteante, ela achava.
Esqueceram do mundo lá fora e mergulharam nas profundezas daquela água de amor.
- Delícia de vida - ele murmurava...
- Nunca imaginei tanta... ela sussurrava.
Os dois explodiram de prazer e seus gemidos se tornaram um só.
- Não falei que podia fazê-la feliz?
- (...)


Juraci de O. Chaves
Pirapora MG agosto 2003
www.jurainverso.kit.net (Aqui, este conto ilustrado)
juraci@interpira.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui