CICLO DA VIDA
A tristeza invade a noite
Em silêncio e espera,
Como punhais da alma,
Que nem a canção acalma
No abandono da tarde
O tempo se reparte,
Em sombra e claridade,
No fantasma do dia que parte
Cedendo espaço à noite faceira
De arcos de estrelas,
A enfeitar o manto negro
Da feiticeira
Que sem destino medido
Perde-se no ritmo distorcido,
De mais um desejo engolido
Sólido ou liquido,
Sob o luar esquecido
No ciclo do tempo que se recria
A vida vibra e se amplia,
Sob a sombra da noite
Que antecede o dia
Mas não sobrevive
Ao amor que se anuncia,
Nem a dor que aniquila,
Sem a magia da madrugada
Que acalma e equilibra,
Amor e agonia
Na mesma melodia
MORGANA
Rio de Janeiro, 19 /12/04.
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