- Aló! Irmãos Seboso Ltda. Valdebeth à s suas ordens. ( Que saco! Este telefone não para de tocar. Não se pode nem fazer as unhas em paz.)
- Aló! (Opa, é a Beth, aquela gostosona. Sou louco por essa mu-lher!) Dona Beth, aqui é o Tenório, da Refrigeração Ponto Morto. Por gentileza, posso falar com o Dr. Seboso?
- Momentinho! (É aquele babão, de novo. Cruz-credo! Hoje levan-tei com o pé esquerdo, só me aparece assombração.)
- Pois não! Esteja à vontade (agora ela vai descruzar as pernas, dar uma levantadinha... ai, aquela minissaia. Um dia eu pego esta secretária).
- Olha...infelizmente, o Dr. Seboso não pode atender. Está numa re-união importante. (É a quinta vez hoje que dou a mesma desculpa. Será que esses empresários não têm imaginação? Podia deixar uma gravação pronta: infelizmente não posso atende-lo(a). Estou numa reunião importante.)
- Está bem, eu ligo outra hora. (Esse velho safado não quer me a-tender. Vive arrotando grandeza, mas não paga nem as contas. Uma hora vou lá e boto aquela joça abaixo).
- Ligue na outra semana, por favor. (Esses caras não largam do pé. Por causa de uma continha mixuruca, vivem incomodando.).
- Dona Beth, aproveitando a ocasião...lhe acho uma pessoa muito simpática. Com todo respeito, será que podia convidá-la para to-mar um café, qualquer dia? (o que a gente é obrigado a falar! Convidar uma piranha dessas para um cafezinho. Se ela topar, co-loco no carro e vou direto pro motel).
- Fico grata pelo convite, prezado senhor. De momento, não dispo-nho de tempo livre. Sabe como é, o serviço, os estudos...Quem sa-be em outra ocasião (capaz que eu ia na conversa desse ponto morto, isto é, desse peixe morto. Esse não tem cacife pra me con-quistar) Passar bem! (passar bem uma ova! Vai cantar lá as tuas negas, seu cafageste).
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