Ah! QUEM TE VÊ
Ah! Quem te vê num grupo conversando,
do mouro porte à moura arquitetura,
meio parruda, de sorriso pando,
tragando nicotina com postura,
jamais percebe, adrede examinando,
a mais feroz, brutal cavalgadura,
insana fêmea de furor insano,
fiel devota da descompostura.
Ah! Quem te vê nas sedas, reluzente,
pintada e repintada co’ousadia,
nas festas ou nas prosas, permanente,
nem se dá conta que dessa alegria
possa eclodir um monstro inconsequente
e mais embrutecido a cada dia.
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