O Spilberg me emprestou aquele carro do filme De Volta para o Futuro. Não exatamente aquele, mas modelo e ano 2003. Este viaja para o futuro do presente e é muito rápido.
Viajei para 2004. Fiz até quatro, para confirmar se não havia ficado bêbado, sem beber. O fututo a Deus pertence. Aliás, pertencia. Agora, o carro do Spilberg permite escravinhá-lo.
O Fome Zero está 10. A velocidade inimaginável deste veículo é nada diante da agilidade do governo. Não é por causa da eleição municipal. É que as autoridades pegaram no tranco. Entende?
Os aposentados estão felizes. Não precisam se preocupar com tanto dinheiro, pondo a vida em risco. Agora, estão todos na vala comum da pobreza. Quem tem dá para quem não tem. Sacou?
Depois de quebrarem com a Previdência, enquanto os tolos acusavam os sonegadores e até empresas estatais e partidos políticos, neste ano da graça de 2004 ninguém quer se aposentar.
A unanimidade está próxima, mas ainda não é realidade. Entre os poucos que trabalham, por birra, para não depender do Fome Zero, alguns pensam na aposentadoria. São motivo de chacota.
Diante de tamanha coerção social, prometem ganhar pouco e trabalhar muito, como aposentados. Afinal, alguém precisa produzir para sustentar o Fome. Quem tem o hábito...
A CUT virou CUTA (Central Única dos Trabalhadores Aposentados). A Força Sindical mudou para FOFOZE (Força do Fome Zero). É 10 vezes maior do que a CUT de 2003. E não vaia.
Aquela fuga de US$ 50 bilhões pelo Banestado sumiu. Isso! Até a fuga se escafedeu. Não falam mais no assunto. A oposição diz que havia gente graúda envolvida, mas é tudo maledicência.
Mais não pude observar, porque Spilberg me emprestou o carro por minutos. Além disso, se demorasse, o ulaw poderia lalawziar o placar, sem denunciante. É do time da unanimidade.