DIVAGAÇÃO
Junte seu ombro, amiga, no ombro amigo,
sobre esta mão ponha sua mão dileta,
relaxe os dedos, deixa a mão liberta
e livre passe a divagar comigo.
Deixe-me ler sua mão ao desabrigo
das opressões que o peito recoberta
e perscrutar do atalho a rota incerta
nas impressões dos traços que investigo.
Solte-me às chamas do acaso traiçoeiro,
no oculto traço, frágil, mensageiro,
do seu destino, ingênuo passaporte
e do invisível que o futuro habita
lhe estornarei tristezas infinitas
das linhas da vida e dos desvãos da sorte.
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