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Contos-->O PAVÃO DO VIEGAS PRETO (Parte 2 ) -- 08/03/2004 - 10:00 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Capítulo 1


Dona Justina, paciente, ouvia os queixumes da comadre Paula, a mãe dos moleques da inferneira. Elas conversavam, no quintal, através do muro precário, sempre que a fofoca era boa.
Paula dizia que o seu menino, depois que quebrara o braço, dera para dormir muito. E que, pra acorda-lo, a fim de que fosse para a escola, era uma luta.
Justina, irônica sugeriu que ela ligasse o rádio, logo pelas manhãs, num volume que tornasse a permanência na cama assaz desconfortável.

Capítulo 2

Noêmia, era uma vizinha supimpa que residia na rua Boa Vida, uma das principais de Tupinambica das Linhas. Ela soubera dos problemas que sua comadre dona Justina vinha sofrendo com aqueles irresponsáveis.
Quando lhe pediram sua opinião sobre se os meninos estavam certos ou errados por jogar bola em detrimento do silêncio e respeito aos mais velhos, ela disse ser a favor da ordem e paz.
Em 1999 Noêmia e mais algumas conhecidas suas fundariam a Associação dos Proprietários de Monza Velho de Tupinambica das Linhas. A APMVTL objetivaria manter viva a paixão que eles, os usuários, tinham pelo carro, bem como por tudo que ele lhes representava.
Noêmia sempre dissera, para sua comadre, que desaprovava fazer dos cachorros, cães expiatórios. Condenava, com veemência, os integrantes da seita maligna do PAVÃO DO VIEGAS PRETO, que aporrinhavam seus vizinhos, amarrando os cães fazendo-os ladrar e ganir por horas e horas a fio. E depois quando eram indagados do por quê judiavam dos animais assim, sempre respondiam que era por causa daquele fuleiro que vivia enchendo o saco da turma.
Paula julgava correta a noção daqueles que achavam que Noemia tinha uma tesão insatisfeita muito forte e que aquela mania dela de mexer com carro velho, na verdade, servia como derivativo para a sexualidade contida e inquietante.
Mas Paula era considerada muito ingênua e imbecil. Os vizinhos se aproveitavam da sua sugestibilidade e com indutores insinuantes faziam-na falar sobre os problemas do lar. Os assuntos expelidos pela inocente alimentavam a bisbilhotice dos circundantes.

Capítulo 3

Dona Justina achava que a comadre Noêmia estava certa quando afirmava, com relação ao rádio quebrado do seu filho: “Tudo aconteceu do jeito que aconteceu por não haver outra forma de acontecer o acontecido”.
A Noêmia dizia que se dona Justina e sua família não gostavam da Paula e seus moleques, o problema era da Justina, canela fina, que ou se adaptava à situação ou mudava-se para uma casa própria.
Justina chegou a conhecer um velhote, que tinha o hábito de usar uma boina e óculos escuros. O velhinho era dado a responder consultas sobre questões morais e era muito procurado pelos crentes. Mas quando Justina soube que o homenzinho era homossexual, deixou de querer saber de coisas que podiam muito passar sem o seu conhecimento. O velhote publicara o seu primeiro livro na década de 30. Ele fora pai da Cindy Crau de quem já contei a história nos contos O LIXO e ASSOLANDO. O boiola velho era datilógrafo, escritor frustrado, que começou a escrever em 1931. Ele imitava, utilizando o mimetismo, Nelson Rodrigues, Pedro II, Olavo Bilac, e muitos outros. Sua primeira obra foi publicada em 1932 e não passava dum arremedo pífio do trabalho poético de Castro Alves.
O velhote, que andava sem capote, residia na periferia de Tupinambica das Linhas e dava consultas na sua sala, tendo um moço imberbe que o assessorava. O encarquilhado enganava os que nele acreditavam e, para satisfazer sua libido, dizia que recebia espíritos, quando então concretizava o crau, ferrando a molecada.
O tarado chegou a dopar certos consulentes, aplicando neles um tipo de injeção utilizada para produzir a anestesia. Quando a vítima atordoava, o maníaco mandava ver saciando sua degenerescência.


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