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Textos_Religiosos-->Frei Bruno, futuro santo do Brasil? -- 01/03/2007 - 14:57 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Turismo Religioso

X Romaria Penitencial de Frei Bruno

A Romaria Penitencial faz parte de uma das maiores demonstrações de fé católica manifestada em Joaçaba e no Estado de Santa Catarina, em homenagem a Frei Bruno, Pe. Franciscano, que trabalhou no município nos últimos 4 anos de sua vida, de 1956 à 1960. Muitas pessoas o têm como Santo, atribuindo a ele milagres em suas necessidades espirituais e materiais.
A procissão será realizada no dia 13 de Fevereiro de 2000. Em comemoração ao dia de sua morte: 25 de fevereiro (de 1960); Vai da catedral até o Jazigo do Frei Bruno, no Cemitério Municipal. Atrai um público de aproximadamente 30.000 pessoas, vindas de municípios distantes, confiantes na poderosa intercessão de Frei Bruno.
A caminhada se faz para celebrar, o respeito ao Frade Franciscano, um Autêntico Homem de Deus, um exemplo de humildade e simplicidade. Definida como uma penitência pelos pecados ou um modo de refazer-se espiritualmente.
A romaria começou com o então deputado Iraí Zílio, na época com problemas de saúde. Movido pela fé, Iraí, juntamente com a família Weiss e outros colaboradores, organizou uma romaria penitencial, a ser feita todos os anos ao Jazigo Frei Bruno. A primeira Romaria iniciou em fevereiro de 1987; no início enfrentou certos obstáculos. O Vigário da Paroquia de Joaçaba achava que a Romaria não deveria ser todos os anos, mas após dois anos devido a manifestação espontânea dos Fiéis, a Romaria passou ao domínio da coletividade, e a partir daquela data realiza-se anualmente. E neste ano em que a romaria está em sua Décima edição todos estão convidados à participar e agradecer principalmente a Frei Bruno que em torno de si reúne tantos Cristãos que como ele vivem na busca de um mundo Melhor.
Frei Bruno estava sempre em movimento, visitando as famílias. Vestido com hábito franciscano, empunhando o guarda-chuva seu fiel e inseparável companheiro. Fez da humildade sua marca registrada. Frei Bruno era um ser revestido de uma auréola de bondade tal somente admissível em uma pessoa santa na mais pura acepção da palavra. Ele viveu para espalhar a bondade e o amor ao próximo, sem nada para si pedir. Os que o conheceram, lembram perfeitamente da aura de paz que sua figura transmitia a todos, da sabedoria simples e cativante de suas palavras, sempre plenas de complacência para com as falhas são inerentes aos mortais comuns.

Sua Vida

Filho de Humberto Linden e D. Cecília Goelden, nasceu Humberto Linden Jr. (mais tarde Frei Bruno), em Düsseldorf, na Alemanha, em 8 de setembro de 1876. Com quase 18 anos de idade, ingressou no noviciado dos Franciscanos na Saxônia, em Harreveld, na Holanda. Tomou Hábito em 13 de maio de 1894. Em 12 de julho de 1894, aportou em Salvador, na "Missão Brasileira". Em terras baianas, frei Bruno completou o noviciado, estudou filosofia e teologia e fez profissão solene, esta em 19 de maio de 1898.
Em 1901 foi a Petropolis, onde foi ordenado Sacerdote. Em 1904 foi transferido para Gaspar, inicialmente como Superior e Pároco, mais tarde como coadjutor. A próxima transferência o levou a São José em 1909, onde atuou como bibliotecário e coadjutor, tornando-se mais tarde Praeses e Vigário da Paróquia. Em 1917 tocou-lhe a incumbência de Vigário na Cidade de Não me Toque no Rio Grande do Sul.
Entre 1926 e 1945, teve prolongada estadia em Rodeio, onde foi Guardião e Vigário. Onde por quase 20 anos edificou sem cessar o povo de fora e os de dentro com seu exemplo de autêntico frade menor e arauto de Cristo. Logo após curta Estadia em Esteves Júnior, foi designado como Superior e Pároco de Xaxim, permanecendo até 1956. Em 1956 a conselho do Pe. Provincial, Frei Bruno foi para Luzerna a fim de passar uma Temporada de repouso. Todavia pensava também em trabalhar, em continuar suas caminhadas. Em pouco tempo escasseou o serviço em Luzerna, e foi para Joaçaba, onde viveu até sua morte em 25 de Fevereiro de 1960.

Depoimentos

"Sua preocupação com os devotos ficava clara em suas ações. Pedia dinheiro para ajudar os presos, também organizou a União das Empregadas, a fim de ampara-las. Tinha em volta de si, um grupo de crianças pobres, às quais dava doutrina Frei Bruno, humilde servo de Deus, era frade Franciscano, e prestou seus serviços como sacerdote em diversas cidades de Santa Catarina, vindo a falecer em Joaçaba, no ano dia 25 de fevereiro de 1960. "
A verdade é que a memória de Frei Bruno permanece através dos tempos cativando fiéis, devotos, atrás de um exemplo de vida genuinamente franciscana, fé e religiosidade. Em Joaçaba, onde ele viveu os últimos anos de vida, uma iniciativa da família Weiss com a ajuda do pároco Frei Luiz, surgiu em 1996, o Museu Frei Bruno, entre a Catedral e o Pavilhão Frei Bruno, uma homenagem ao Santo Homem. No museu estão expostos objetos pessoais, fotografias e inúmeras provas de graças alcançadas através da fé e devoção da população."

Depoimento de Francisca de Lima Vieiro:

Certamente muito se tem escrito sobre Frei Bruno; muito se fala, pouco se sabe.
Era ele simples, envolvente, falava com calma e sabedoria. Próximos a ele sentia-se a atmosfera de Esperança, alegria e paz que regularmente nos dava em sua bênção bem como na repartição onde trabalhávamos.
Fazia batizados, casamentos, benzia as casas e dava conforto aos doentes através de palestras e orações. Usava batina marrom desbotada e surrada pelo tempo, sandálias, um grande rosário na cintura, vestimenta de padres Franciscanos, um guarda-chuva velho que, as vezes, lhe servia de Guarda-sol e boina na cabeça. Recomendava o uso de Água Benta em nossos Lares e nos chamava de "mamaí" (mamãe).
Em data de 27 de abril de 1956, foi instalada a 9ª DELEGACIA de Ensino, hoje a 9ª CRE nesta cidade, sendo nomeados para a referida repartição Dr. Antônio Homero Ramos, Francisca de Lima Viero, Lenita Teixeira, Leonarda Mônica Kiehel, José Ari Xavier e Maria Normélia Pires.
Frei Bruno visitava com freqüência nossa repartição; certa vez, estando junto a nós, caiu uma forte tempestade com ventos fortes, ficamos assustados então ele falou: "Não temam, esta cidade será sempre preservada."
Perguntamos sobre o futuro de Joaçaba e ele comentou: "O mundo e o ser humano passarão por grandes transformações; sobre o futuro de Joaçaba, muitas controvérsias, discussões, que no final a verdade aparecerá acima de tudo." Pediu que rezássemos o Santo Rosário se possível diariamente, que ficaríamos vigilantes atentos ao comportamento e educação de nossos filhos, para não chorar mais tarde.
Certa vez comentávamos com tristeza e saudades a morte de uma moça amiga (OnorÍ Penteado), ele então bateu nas costas de Maria Normélia Pires, dizendo: "Logo vai morrer outra jovem!" Pensamos quem poderia ser a moça de Joaçaba. Dentro de algum tempo faleceu Maria Normélia, justamente aquela que ele havia batendo em suas costas: cumpriu-se a previsão!
Joaçabenses vem sempre homenageando Frei Bruno, quer em Boutiques, Clubes de Futebol, Grupo de Idosos ou batizados com os nomes de Bruno e Bruna respectivamente. Graças a Deus tivemos o prazer de conhecê-lo. Foi muito querido por todos nós.
Francisca de Lima Vieiro
Grupo Raios de Sol
3ª Idade de Joaçaba - SC

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FREI BRUNO
Texto do livro CONVERSA DE SANTOS Frei Edgar Frei Bruno
Alessandra Zílio
Vanessa Coleraus da Rosa
A vida e a personalidade de Frei Bruno retrataram de maneira fiel o modo de vida de 5. Francisco; simples, humilde, pobre, zeloso e caridoso, era o exemplo genuíno de um Frade menor, que dedicou sua vida a um ideal de franciscano. Filho de Humberto Linden e Cecília Golden, nasceu Humberto Linden Jr. (após Frei Bruno) em Dusseldorf, na Alemanha, a 08 de setembro de 1876. Com quase 18 anos, ingressou no noviciado dos Franciscanos da Saxônia em Harreveld, na Holanda. Iniciou sua peregrinação Franciscana, esta influenciada a convivência de Frei Osmundo Laumann, mestre de noviços. Tomou hábito em 13 de março de 1894. Destinado à missão brasileira Frei Bruno trocou a novicidade da Saxônia por um transatlântico que os levou à Bahia. Aportaram em Salvador, 12 de julho de 1894, onde completou o noviciado fez profissão solene a 15 de maio de 1898. Encaminhou-se, então, para o sacerdócio, estudando filosofia e teologia, sendo ordenado sacerdote a 10 de maio de 1901, em Petrópolis, onde permaneceu ainda por mais dois anos. De 1904 a 1906 veio para Santa Catarina, na cidade de Gaspar atuando como superior e vigário, continuou no mesmo lugar mais três anos como coadjutor. Confirmando seus votos de um genuíno seguidor de 5. Francisco, foi transferido várias vezes. Frei Bruno, em transferência para São José, da modesta função de coadjutor e bibliotecário, mais tarde, desde 1914, confiaram-lhe os cargos de Praeses (Pároco) e vigário da paróquia de São José. Em 1917 foi transferido para Rio o Grande do Sul, Não-Me Toque, como superior e vigário.
De 1926 a 1945, teve longa estadia em Rodeio, no convento do Noviciado, onde era guardião e vigário. Edificou, sem cessar, por quase 20 anos, o povo e os noviços com seu exemplo de um autêntico frade menor. Em Rodeio, assumiu o cargo de diretor da então Companhia das Irmãs Catequistas, cargo este muito difícil, pois a agremiação vinha passando por algumas dificuldades devido à instabilidade em que se encontrava a obra. Na incerteza do futuro, no incomum gênero de vida abraçado pelas catequistas, Frei Bruno não se entusiasmou e procurou desmanchar a Companhia; porém, outras circunstâncias fizeram-no mudar de parecer e aconselhado por Sma. Eminência D. Joaquim, Bispo de Florianópolis, percebeu, como seguidor de S. Francisco, nas catequistas verdadeiras filhas de S. Francisco, e, ao quase descaso das primeiras horas, sucedeu um zelo operoso, um carinho e amor verdadeiramente fraternais. Ainda em Rodeio, zelou pelos bons costumes e tradições religiosas da cidade, fez muitas reformas e construções de novas capelas.
De Rodeio, após comemorar 19 anos de vigário e festejar, em 13 de maio de 1944, seu jubileu Áureo Franciscano (50 anos de vida religiosa), foi destacado para trabalhar em Esteyes Júnior, onde permaneceu poucos meses, pois, no fim do mesmo ano, foi designado superior e pároco de Xaxim, até 1956.
Octogenário, veio para Joaçaba, já muito cansado. Frei Bruno foi para Luzerna, a fim de passar uma temporada para repouso, ou, como ele mesmo entendia, preparar-se para a morte.Velho, forças gastas, duas hérnias e por conseguinte, duas cintas, deram-lhe bastante que fazer e sofrer. Porém, pensara também em trabalhar, em continuar suas caminhadas para espalhar o bem a todos. Em pouco tempo escassou o serviço em Luzerna e, a pedido dos confrades, foi passar uns dias em Joaçaba, onde descobriu novas oportunidades de apostolado. Voltou a Luzerna sem dizer nada, mas, quatro dias depois, apareceu outra vez em Joaçaba, disposto a ficar. Eram 2 de fevereiro de 1956. A volta de Frei Bruno foi uma grande alegria para a comunidade de Joaçaba.
Os últimos quatro anos não foram nada mais que a continuação de um apostolado que Frei Bruno já vinha praticando há anos. Frei Bruno tinha uma predileção por longas e contínuas caminhadas. De fato, de manhã e à noite mantinha-se em movimento, o que, várias vezes, levava-o a ser chamado de cigano sem paradeiro nem sossego. Caminhava, visitando as famílias, benzendo as casas, descobrindo uniões a legalizar, consertando lares em desarmonia, visitando os doentes, sempre no mesmo ritmo incansável, morro acima, morro abaixo. Subindo pelas ladeiras, costumava andar em zigue-zague a fim de aliviar o velho coração. Nos primeiros meses, ainda visitava as capelas de 5. Helena e de Nossa Senhora de Saúde; mais tarde, notando a preocupação dos confrades, desistiu espontaneamente. Em seguida ocupou o cargo de capelão do Ginário Frei Rogério, a cargo dos Irmãos Maristas, atendendo às confissões dos Irmãos e Juvenistas.
Terminada a 5. Missa, Frei Bruno dava as suas voltas, chegando a casa um pouco antes do meio-dia, quase sempre a pé, empunhando o guarda-chuva, seu fiel e inseparável companheiro. Depois do almoço descansava na igreja, aparando a cabeça na mesa do altar de Nossa Senhora, rezando ou, então na salinha da portaria, onde atendia às pessoas que o procuravam ou que ele havia chamado.
Preocupava-se muito com os presos. Pediu dinheiro para comprar uma bola para recreação; conseguiu ainda uma licença para os presos jogarem futebol no pátio da cadeia. Arrumou tinta para pintar a cadeia que estava imunda, como ele dizia. Arrumou também pois na cadeia a situação era precária e não tinha luz. Levava doces ou bolo para os detentos, que ficavam muito alegres. Tinha, também, em volta de si, um grupo de crianças pobres às quais dava doutrina e, às vezes, pão e outros petiscos. Os dias iam passando. O ginásio Frei Rogério recebeu novo capelão, e Frei Bruno foi aposentado; já estava na hora, pois caminhar tomara-se mais custoso e também a vista ia enfraquecendo cada vez mais.
A partir de 1958, Frei Bruno celebrava sua Missa às 5h3Omin no altar de Nossa Senhora. Depois, ele dava a comunhão às pessoas que madrugavam. Após a missa, ia ao confessionário, onde era sempre procurado. O confessionário de Frei Bruno era uma armação muito simples com grade; de um lado a cadeira do confesso, de outro lado o banquinho de ajoelhar para o penitente.
Frei Bruno preocupava-se muito com a situação das empregadas, muitas vezes sem aparo moral, sem instrução religiosa, expostas a mil perigos. Daí organizou a união das empregadas. Mensalmente a Diretora do grupo Escolar dava uma conferência e todas as quartas-feiras as empregadas assistiam à 5. Missa, rezando e cantando sob a orientação e direção das "mães" (assim chamava Frei Bruno as zeladoras). Conforme as presenças na missa e conferência, Frei Bruno se animava ou ficava triste.
Volumosa era a correspondência que Frei Bruno recebia. Uns pediam uma bênção, outros a saúde para um doente, outros ainda sorte nos negócios ou bênção contra ratos no Paiol ou contra bichos na roça. A princípio, Frei Bruno respondia religiosamente a todas as cartas, mas à medida que lhe ia enfraquecendo a vista, ia desistindo da correspondência. Em 3 de julho de 1959 celebrou pela última vez aS. Missa. A partir daquele dia comungava às Sh30min e depois ia ao confessionário. Já não saía mais à rua mas continuava as audiências na salinha da portaria.
Em 25 de outubro de 1959, na companhia de Frei Serafim, Frei Bruno deu seu último passeio a Luzerna, a fim de tratar de assuntos da Pia União de Missas Ingolstadt. Tanto em Luzerna como em Joaçaba, Frei Bruno exercia um apostolado em prol da dita União de Missas. Em 20 de novembro de 1959, Frei Bruno foi encontrado por Frei Edgar ( o então vigário da paróquia) na sala da portaria, desmaiado, pálido e frio. Foi levado a sua cama e, imediatamente, veio o médico prestando a assistência indicada. Já ao meio-dia, o doente estava de pé, meio tonto ainda, mas animado. A partir daquele dia, Frei Bruno andava muito preocupado com a morte.
Em curto prazo, recebeu duas vezes a extrema-unção.
Em 1960, Frei Bruno repetia, diariamente, "hoje vou morrer".
Até deixava de se alimentar, até que Frei Edgar, com jeito, fazia com que Frei Bruno comesse.
As sandálias lhe pesavam muito e Frei Bruno calçou uns chinelos leves e caminhava como um velho colono italiano.
Quase trocou o rosário que também pesava muito, mas não o fez pois achou uma ofensa a Nossa Senhora. No último mês teve que usar bengala para caminhar; o confessionário dele foi colocado por Frei Edgar na sacristia, para poupar-lhe a longa caminhada pela igreja. Até o último dia atendeu confissões e deu audiências na sua salinha.
No dia 23 de fevereiro Frei Edgar e Frei Bruno ficaram a sós, até tarde quando Frei Honorato veio de Luzerna, a fim de celebrar, na Matriz de Joaçaba no dia seguinte, pois Frei Edgar tinha que celebrar e atender confissões no colégio dos Irmãos. Frei Bruno chupou umas uvas, tornou, como era de costume, o "vatersegen" (bênção paterna) e foi se recolher.
No dia 25 de fevereiro de 1960, Frei Edgar voltara do colégio das irmãs, não encontrara Frei Bruno, nem na sacristia, nem na portaria, nem no refeitório. Frei Edgar foi ao quarto de Frei Bruno, onde o encontraram morto. Segundo o médico, que veio depois, a morte devia ter ocorrido umas duas horas antes, constatou: CAUSA
MORTIS - ENFARTO CARDÍACO - SÍNCOPE CARDÍACA.
Rapidamente se espalhou a notícia do falecimento. A tristeza foi geral. As duas emissoras de Joaçaba, a todo momento, repetiam a triste nova, dando também notícias biográficas acerca do confrade. Ao meio-dia, o corpo foi colocado na igreja e velado sem interrupções até as 08 horas do dia seguinte. A população lamentou muito a morte do frade.
No dia 26 de fevereiro, o comércio e as indústrias fecharam em sinal de luto. Às 08h houve missa de corpo presente. A igreja tornou-se pequena; vieram os confrades de Luzerna, Jaborá e Xaxim.
Mais de 120 carros e uma multidão acompanharam o corpo de Frei Bruno ao cemitério. Foi o maior enterro que já houve em Joaçaba.
No dia seguinte, em sessão da Câmara Municipal, os vereadores lançaram em ata um voto unânime de pesar pela morte de Frei Bruno e, em sinal de luto, suspenderam os trabalhos. Os motoristas de Joaçaba renderam uma homenagem em particular à memória de Frei Bruno, organizando um grande cortejo, rumando de noite à matriz, onde todos, ajoelhados na escadaria da igreja, rezaram pela alma de Frei Bruno, e em seguida, prosseguiram sua peregrinação.
Em 9 de julho de 1961, Frei Edgar e Frei Maximiliano de São Paulo, trouxeram no Jeep o busto de Frei Bruno, fundido em bronze. Foi em homenagem ao grande franciscano Frei Bruno, feito no Liceu de artes e oficinas de São Paulo por CR$ 75.000,00, será colocado na praça Frei Bruno, substituindo o atual que é de cimento e portanto imitando o bronze.
A memória de Frei Bruno permanece envolta em místicos episódios inexplicáveis para todos. Mas esses fatos não deixam de ser justificativa para o incontável número de devotos que visitam o Jazigo daquele que, em vida, espalhou somente a caridade e a bondade. No jazigo dos franciscanos se encontra o túmulo de Frei Bruno, reformado em 1998 para poder receber a todos os fiéis que incansavelmente migram para o Cemitério/Jazigo em nome de sua fé na figura carismática de Frei Bruno.
Busto Frei Bruno
Homenagem prestada ao Frei Bruno após sua morte.
Frei Edgar e Frei Maximiliano trouxeram em um jeep, de São Paulo, o busto de Frei Bruno, fundido em bronze. Ele foi feito no Liceu de Artes e Oficinas de São Paulo por CR$ 75.000,00 em 1961, e colocado à direita da igreja. Foi substituído pelo atual, que é de cimento pintado, imitando o de bronze, que hoje se encontra na escola básica Frei Bruno. O Busto hoje é visitado por vários devotos, que tem assim um local para acender velas em homenagem e devoção ao Frei Bruno.

http://www.google.com.br/search?q=cache:awDlFR3khsgJ:www.classificadosmercosul.com.br/freibruno/historia.htm+Frei+Bruno&hl=pt-BR&ie=UTF-8

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Rota da Fé,
atração em Joaçaba
Turismo religioso inclui Romaria de Frei Bruno, Encenação da Paixão de Cristo e Natal Feliz
Joce Pereira
Especial para o AN Turismo

Joaçaba - O município de Joaçaba, no Meio-oeste, entrou definitivamente no circuito do turismo religioso catarinense através da Rota da Fé, que ganha cada vez mais espaço na região devido à concentração de católicos. Joaçaba integra o roteiro com três grandes festas religiosas já tradicionais: a Romaria de Frei Bruno, realizada há mais de 30 anos; a Encenação da Paixão e Morte de Cristo, promovida há 14 anos na Sexta-feira Santa; e o Natal Feliz, quando a cidade é decorada com milhares de lâmpadas.
A Romaria Penitencial de Frei Bruno, um dos maiores eventos religiosos da região, é realizada anualmente em fevereiro, mês da morte do religioso. O evento atrai cerca de 40 mil pessoas de diferentes pontos do País para agradecer por alguma graça alcançada ou para pedir pela intercessão do frei. Os romeiros se reúnem em frente à Catedral Santa Terezinha e percorrem a pé - a maioria descalça - mais de três quilômetros até o jazigo do religioso, no Cemitério Frei Edgar. Frei Bruno é considerado milagreiro em função de graças a ele atribuídas, o que faz a paróquia Santa Terezinha e a comunidade católica de Joaçaba trabalhar há anos no processo de beatificação. Há três casos documentados.

A fé em Frei Bruno é tanta que já começou a ser construído na cidade um monumento em homenagem ao religioso. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joaçaba, uma das entidades idealizadoras do projeto, o monumento será o terceiro maior do mundo. Com 37 metros de altura, só perderá em tamanho para a imagem do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, com 42 metros, e para a Estátua da Liberdade, de Nova York , com 57 metros. A estátua, que deverá estar concluída em dois anos, será construída em fibra de vidro numa área de 1.200 metros quadrados, no morro do Panorâmico, no bairro Flor da Serra.
O projeto prevê uma rampa periférica contornando toda a estrutura, o que possibilitará o acesso dos visitantes aos níveis superiores. Abaixo do local onde será erguido o monumento há uma grande área verde, onde deverá ser construída uma escada ecológica dentro da mata para a peregrinação dos devotos.
VOLUNTÁRIO
Hubert Linden, o Frei Bruno, nasceu em Düsseldorf, na Alemanha, em 8 de setembro de 1876. Ingressou na ordem franciscana aos 18 anos, em Harreveld, na Holanda. Chegou ao Brasil em julho de 1894 como voluntário da Missão Brasileira. Foi ordenado sacerdote em maio de 1901. Depois de passar por cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, chegou a Joaçaba em 1956 e ali permaneceu nos últimos quatro anos de vida. De julho de 1958 em diante, com a saúde debilitada, já não conseguia mais celebrar missas, mas atendia a todos que o procuravam em audiências e confissões. E foi assim até o dia da sua morte, em 25 de fevereiro de 1960, aos 84 anos.
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Espetáculos
de luzes e emoções
A Encenação da Paixão e Morte de Jesus Cristo, que vem sendo realizada há mais de 14 anos nas Sextas-feiras Santas, reúne anualmente mais de 10 mil pessoas. A dramatização ao ar livre tem início em frente à Igreja Senhor Bom Jesus, de Herval do Oeste, com a encenação do ato em que Jesus Cristo é traído por Judas, entregue aos soldados romanos e preso. A apresentação termina na Catedral Santa Terezinha, em Joaçaba, com o ato da crucificação.
Ao longo do percurso de cerca de dois quilômetros são montados seis cenários em que são apresentadas as 14 estações da via-sacra. A encenação reúne mais de 100 pessoas entre atores amadores, figurantes e técnicos. A riqueza dos detalhes - como roupas e armas usadas na época e a seriedade que os atores emprestam às performances - emociona o público que assiste e acompanha a encenação carregando velas acesas.
A religiosidade de Joaçaba também está presente nas festividades natalinas. O Natal Feliz, já tradicional em dezembro, transforma as noites em shows de luzes e cores. Milhares de pequenas lâmpadas iluminam a cidade. Motivos natalinos decoram ruas, pontes, praças, residências, prédios, repartições públicas, postes e árvores. Pequenos papais noéis de pára-quedas enfeitam as avenidas.
A Catedral Santa Terezinha é um dos pontos mais iluminados da cidade e se transforma nesta época num cartão-postal de luz. A promoção realizada em parceria entre a CDL e a Prefeitura atrai para Joaçaba milhares de visitantes.
A praça da catedral se transforma no palco de atrações. Todas as noites são realizados shows com artistas locais e regionais, corais e grupos de danças. A abertura, com a chegada do Papai Noel para receber a chave da cidade, instiga a imaginação não só das crianças, mas também dos adultos. (JP)
CAMA E MESA
Dicas de hospedagem e alimentação
ONDE FICAR
Hotel do Comércio, rua 7 de Setembro, 183, centro, fone (49) 522-2211
Hotel Príncipe, rua Getúlio Vargas, 388, centro, fone (49) 522-4512
Hotel Jaraguá, rua 7 de Setembro, 113, centro, fone (49) 522-4255
Hotel Farol, rua Getúlio Vargas, 2025, bairro Flor da Serra, fone (49) 521-2760
Hotel Oeste, rua Felipe Schmidt, 275, centro, fone (49) 522-0332
Hotel Romani, avenida 15 de Novembro, 667, centro, fone (49) 522-0609
Hotel Link, avenida 15 de Novembro, 373, centro, fone (49) 522-1161
ONDE COMER
Don Geraldo Ristorante, rua Frei Edgar, 63, centro, fone (49) 522-2163
Restaurante Esthiria Haus, rua Luiz Spechet, 152, bairro Cruzeiro do Sul, fone (49) 522-3604
Restaurante Frei Bruno, avenida 15 de Novembro, 631, centro, fone (49) 522-2404
Restaurante Joaçabense, avenida 15 de Novembro, 818, centro, fone (49) 522-0971
Restaurante Ficatini, BR-282, km 399, fone (49) 521-0193
Restaurante Paladar Brasil, avenida Getúlio Vargas, 106, centro, fone (49) 521-0498
Restaurante Sabor do Vale, avenida 15 de Novembro, 319, centro, fone (49) 522-3562
Restaurante São Cristóvão, BR-282, km 391, fone (49) 522-1315/522-1558
Restaurante Sayonara, rua Francisco Lindner, 310, centro, fone (49) 522-3036
Restaurante Witte, avenida 15 de Novembro, 1349, centro, fone (49) 522-2322/522-4489
Mix Grill Restaurante, avenida Santa Terezinha, 229, centro, fone (49) 521-3598
Pizzaria Savhoya, avenida Rio Branco, 540, fone (49) 522-3626
Pizzaria Sayonara, rua 7 de Setembro, 377, centro, fone (49) 521-3355
La Toscana Pizzaria, Restaurante e Chopperia, avenida 15 de Novembro, 641, fone (49) 522-2404
Distância dos principais centros
Florianópolis / 460 km
Chapecó / 170 km
Curitiba / 380 km
Porto Alegre / 460 km

Nem só de mar e
sol vivem os alagoanos
Capital do Estado também costuma ferver à noite, com cultura, folclore e artesanato
Maceió - Alagoas não é só mar e rio. Para quem quer se divertir à noite, o destino certo é a sua capital, Maceió. Bairro da antiga boemia, o Jaraguá ferve depois que o sol se põe. Em velhos casarões recentemente restaurados, com fachadas coloridas, como o da Associação Comercial, de dia prevalece o comércio e mais tarde estão presentes a cerveja, o papo e a música.
Foi numa dessas construções que o ex-tenente da Força Aérea Tanagy Andrade, de 60 anos, abriu seu bar: o Casa da Sogra. O nome é mesmo em homenagem à mãe de sua mulher que, segundo ele, caiu do céu "quando a vassoura quebrou". O lugar, assim como o dono, é irreverente. Nele há relógios que giram de trás para frente e outros com os números trocados - próprios para confundir quem bebeu além da conta.
Em uma parte do bar, "no quintal da casa da sogra", um varal com calcinhas de vários tamanhos chama a atenção do visitante. "Aqui mostra o que a velha emagreceu depois de sair do spa", brinca. Além das piadinhas de Tanagy, é legal conhecer, ainda, a coleção de miniaturas de garrafas de bebidas alcoólicas que ele expõe nas prateleiras - são mais de 190. E as histórias sobre o que foi o lugar no passado. "Era um prostíbulo. Fechou em 1969. Os quartos eram no andar de cima", garante.
Outro bar que vale a pena conhecer é o Virgulino, do ex-produtor de cinema José Maranhão de Oliveira Torres, o Zequinha. Para decorar o lugar, onde são realizados shows de bandas de forró pé-de-serra, o estilo mais tradicional, Zequinha usou elementos do folclore alagoano e se inspirou nas histórias que ouviu da família durante sua infância.
A história de Virgulino Lampião é lembrada pelos garçons que servem os clientes vestidos com as roupas típicas dos volantes - os policiais que perseguiam o cangaceiro. Além do forró, a casa oferece apresentações de danças folclóricas, como os temas de folguedos - em que dançarinos interpretam momentos da história do Brasil -, e o tradicional bumba-meu-boi.
MULTICORES
Rogers Ayres, de 45 anos, criador do grupo Transart Balé Folclórico de Alagoas, que se apresenta no Virgulino, contou que as cores predominantes no folclore são as mesmas da bandeira alagoana: azul e vermelho. "O vermelho simboliza o Sagrado Coração de Jesus, e o azul, o manto de Nossa Senhora. Nos folguedos, as cores juntas simbolizam a luta medieval entre os mouros e os cristãos", explica.
Existem em Alagoas 30 grupos de folguedos cadastrados na Secretaria de Cultura do Estado, segundo Rogers, mas apenas 15 são atuantes. Entre eles, o de Benom Pinto, o Mestre Benom, de 76 anos, e o de Hilda Maria da Silva, de 79 anos.
A cultura alagoana é tão rica que não pára por aí. A prova disso pode ser vista em Maceió mesmo, no Pontal da Barra. Lá, dezenas de artesãs produzem as tradicionais rendas filés, um trabalho delicado e multicolorido. É possível apreciar essa arte e comprar os trabalhos das rendeiras, que costumam passar os segredos da produção para as filhas.
Maria Lúcia do Nascimento, de 47 anos, já vendeu suas peças no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Agora ensina a filha a fazer renda. "O artesanato é a riqueza de minha vida", diz, orgulhosa, a artesã. Ela confecciona bolsas, saias, blusas e toalhas de mesa. Tudo feito para ser vendido aos turistas que, definitivamente, não tomarão apenas banho de mar no Estado e sim de muita cultura.

Tesouros naturais e históricos
em Maragogi, no Litoral Norte
Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, faz qualquer um se sentir parte da natureza. Com todo conforto, claro, de pousadas e resorts. O município, distante 127 quilômetros de Maceió, reserva surpresas como as galés - piscinas naturais de águas transparentes -, o Povoado de São Bento e suas ruínas e a Fazenda e Engenho Marrecas de São Gonçalo, com construções datadas do século 17.
Para ir até as galés, distantes seis quilômetros da praia, é necessário pegar um dos catamarãs que partem de Maragogi e chegam lá em 15 minutos. Assim que a embarcação pára, os peixes são vistos facilmente. São 128 espécies, todas dispostas a se alimentar nas mãos dos turistas. Nadando, dá para observar nitidamente as formações de corais e o colorido do oceano.
Em meio às piscinas, vendedores carregam cestas com pacotes do tradicional bolinho de goma, fabricado no Povoado de São Bento, para quem quiser matar a fome. O doce é conhecido em São Paulo como biscoito de sequilho.
Cláudio José da Silva, de 21 anos, oferece as guloseimas há dois anos com seus 21 irmãos. Todos, explica ele, contam com os biscoitos para ajudar a mãe nas despesas da casa. "Tem semana que vendo 100 pacotes por R$ 1. Acho melhor que trabalhar para os outros", observa.
CASCA DE JAQUEIRA
Maragogi, palavra de origem indígena (mair-aqui-gy-po) que significa rio amplo, e mais seis cidades alagoanas fazem parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, fiscalizada pelo Ibama. Mas o município já serviu de palco, no século 17, para os combates entre tropas luso-brasileiras e holandesas quando Porto Calvo, cidade vizinha, era ponto de escoamento da produção açucareira da região.
Para se ter uma idéia de como viviam os senhores de engenho, é interessante dar uma passada na Fazenda e Engenho Marrecas de São Gonçalo. Lá, rodeados por casarões históricos, os turistas têm a sensação de estar no passado e aprendem a fazer farinha de mandioca e a tirar leite de vaca. Já no Povoado de São Bento são fabricados os bolinhos de goma vendidos por Cláudio e seus irmãos.
O vilarejo, formado de casas rústicas de pescadores feitas de pau-a-pique, possui um mirante onde é possível ver boa parte de Maragogi. Perto dali, uma antiga igreja em ruínas, construída no século 17, colabora para deixar a paisagem ainda mais interessante.
O lugar possui artesanato feito com a casca da jaqueira, árvore típica no Nordeste. Nela, meninos e meninas esculpem casebres, igrejas e cenas do cotidiano. Paulo Fororense da Silva de 13 anos, não sabe ler nem escrever, mas se orgulha de ter aprendido sozinho a trabalhar as esculturas. "Tem dias que eu faço umas dez. Minha irmã pinta todas, e a gente vende por R$ 5 cada", comenta.
Ir até São Bento e não conhecer o Restaurante do Mano, o mais antigo da região, é a mesma coisa que chegar à praia e não se banhar. Existe há 27 anos, fica de frente para o mar e é simples como o dono, Manoel Farias do Carmo.
A comida, preparada à base de frutos do mar e peixe, é feita pela mesma cozinheira há 23 anos. "Tudo que eu vendo aqui é fresquinho porque são meus pescadores que pegam. Eles chegam a ficar até 15 dias no mar, principalmente quando a pesca da lagosta está liberada", diz. E recomenda para o almoço a camarãozada (camarão com molho de coco e arroz) ou a lagosta grelhada.

Um roteiro de
tranqüilidade em Itaúnas
Praias deslumbrantes, passeios ecológicos e sossego são atrações no Extremo-norte capixaba
Itaúnas - Nada como reservar alguns dias para sair da rotina. Melhor ainda quando o lugar escolhido é um vilarejo tranqüilo, com praias deslumbrantes, comidinha caseira, passeios ecológicos e muitos causos para ouvir nas praças. Um lugar onde o telefone e a internet ainda não despertam o mínimo interesse. Assim é Itaúnas, uma vila que faz parte do município de Conceição da Barra, no Extremo-norte do Espírito Santo. Lá, os 600 habitantes moram em casas que não têm nem número. Nem precisa, pois todo mundo se conhece.
Apesar de pequeno, o local tem muitas histórias. Anos atrás, o vilarejo foi transposto para a margem oposta do rio Itaúnas depois que a primeira vila foi invadida pelas dunas. Atrás dos morros de areia está o lindo mar azul da praia de Itaúnas. O mais gostoso da viagem é que, depois de um reconhecimento rápido da vila, as pessoas já começam a andar descalças. Em pouco tempo, já são reconhecidas pelos nativos e têm até liberdade para aparecer no forró - um dos maiores atrativos do local.
O vilarejo é rodeado pelo Parque Estadual de Itaúnas, cuja área tem cerca de 300 mil metros quadrados e abriga 27 sítios arqueológicos. É o que se pode chamar de santuário ecológico, pois são 38 quilômetros de praias desertas às margens do rio Itaúnas. O caminho para a praia, que não leva mais do que meia hora a pé, cruza alagados, manguezais e até restingas. Só tome cuidado para não cair na conversa dos nativos e pular da ponte do rio Itaúnas. Só eles conhecem o lugar certo para se atirar sem riscos e em que direção nadar para fugir da correnteza.
RIACHO DOCE
Um passeio pela praia do Riacho Doce - que ficou famosa depois da minissérie da Globo - é imperdível. É lá que o rio encontra o mar e que o Espírito Santo faz divisa com o Sul da Bahia. Outra recomendação a quem vai à vila: conhecer a Costa Dourada, a 32 quilômetros de Itaúnas, onde há três praias paradisíacas, com formações de falésias.
A moqueca de peixe, camarão ou lagosta do Restaurante da Dona Tereza - que oferece um cardápio simples e delicioso -, e a bebida típica cipó-cravo (cachaça curtida com madeira de cipó) são sugestões que não podem passar e também fazem parte do roteiro imperdível de Itaúnas. No Restaurante da Dona Tereza, as fartas porções servem duas pessoas. As pousadas são bonitas, têm boas acomodações para a região e o café da manhã é sempre farto.

Do alto das dunas,
a visão compensa o esforço
Haja pernas para encarar 30 metros de subida afundando os pés na areia fina e branca das dunas da praia de Itaúnas. Entretanto, quando se chega ao topo, o cansaço é esquecido diante da espetacular vista do mar azul.
Entre as décadas de 40 e 60, o vento soprou essa areia fina e as dunas encobriram as casas de pau-a-pique do primeiro vilarejo. Tudo foi soterrado. O fato obrigou os moradores a atravessarem o rio Itaúnas, percorrendo nada menos que cinco quilômetros, e a refazerem suas vidas no vilarejo, onde hoje estão protegidos das dunas. Apenas um morador resistiu. O seu Tamandaré, que vive isolado e não conversa com quase ninguém, não deixou que as dunas mudassem seu destino e permanece até hoje no local com a mulher, Lindanor.
Da antiga vila restam apenas o mastro da igreja - com um restinho de tinta azul e vermelha -, as ruínas da torre e vestígios de cerâmica e porcelana que se tornaram objetos de estudo para os arqueólogos da região. Por ironia do destino, o cemitério foi o primeiro a ser soterrado, em meados de 1940. Em seguida, foi a igreja, que ficava atrás do cemitério. À medida que a areia invadia o vilarejo, os moradores eram proibidos de caçar e derrubar árvores - já que o desmatamento poderia acelerar a invasão das dunas.
A dúvida que ainda paira no ar é o que realmente fez a areia invadir as casas e encobrir a vila. Como as velhas e boas cidades pequenas, os nativos cultivam diferentes versões da história. O tempo que a antiga vila levou para ser soterrada é outra incógnita que incomoda os pesquisadores desde 1969.
Um das lendas diz que a primeira vila demorou cerca de 40 anos para ser coberta pela areia. Outra versão garante que tudo aconteceu por conta de uma maldição. Naquela época, o padroeiro do vilarejo era São Benedito, mas o santo foi trocado por São Sebastião.
Estima-se que as dunas avançam até seis metros por ano sobre um trecho do rio Itaúnas e a estrada, que foi aberta entre as plantações de eucalipto e a nova vila. A cada seis meses, é preciso encher cerca de 500 caminhões com a areia espalhada na estrada.
Para impedir que a areia avance, a administração do Parque Estadual de Itaúnas planta cajueiros, gururi e salsa-da-praia (cujo contato com a pele provoca coceiras) no topo das dunas para tentar fixá-las. Até o transporte de alimentos para as barracas da praia ainda é feito em carroças, já que é proibido tudo o que faça as dunas se movimentarem.

Nativos ajudam
no Projeto Tamar
Na entrada de Itaúnas, do lado direito, fica uma base do Projeto Tamar, instalada há dez anos. É ali que os carebeiros (tartaruga, na língua indígena da região), moradores locais credenciados pelo bem-sucedido projeto, aprendem com os biólogos a proteger e acompanhar a desova das tartarugas-marinhas.
A base desenvolve atividades de proteção, manejo e educação ambiental. No verão, época em que as espécies são liberadas no mar, o turista pode acompanhar a desova de perto. Os carebeiros fazem a limpeza do ninho e fixam placas que demarcam o local onde ficam os ovos. O turista que der sorte pode até assistir ao nascimento e acompanhar a soltura das recém-nascidas.
O trabalho dos carebeiros não pára por aí. Diariamente, eles percorrem as praias à procura dos ovos de tartaruga. Quando a desova é feita em um local realmente seguro, eles não mudam o ninho de lugar. Mas quando o lugar é exposto e coloca em risco as futuras ninhadas, eles levam os ovos para a equipe do Projeto Tamar, responsável por encaminhá-los para os pontos reservados na praia de Itaúnas. Segundo a equipe do Tamar, apenas duas em cada mil tartarugas vivem até a idade da desova - média de 30 anos - e cada uma bota cerca de 120 ovos.
Não saia de lá sem levar uma lembrancinha. A loja do Projeto Tamar é bem abastecida e tem produtos para todos os bolsos, como camiseta, boné, mochila e anel.

Dançar até o
nascer-do-sol para não fazer feio
Aproveite para dormir um pouquinho durante o dia porque, apesar de Itaúnas ser tranqüila, a noite é sempre muito longa. O viajante pode entrar no embalo dos nativos e sair para "forrozear". Mas o arrasta-pé começa depois da meia-noite. Para não fazer feio, você tem de dançar até o sol raiar.
É difícil alguém resistir e não arriscar os passos do famoso dois-pra-lá-dois-pra-cá ao gostoso som do triângulo, da sanfona e do zabumba. Mesmo aqueles que não têm intimidade com o forró entram na dança. A dica é soltar o corpo e acompanhar os nativos, que, aliás, estão sempre dispostos a ensinar os leigos.
O forró é a maior diversão dos nativos e o principal responsável pelo fluxo de turistas para o vilarejo. O problema é que, segundo os remanescentes da época do verdadeiro forró pé-de-serra, a dança foi influenciada pelo rala-coxa da lambada.
O arrasta-pé ocorre no Bar do Forró e no Buraco do Tatu, onde, dependendo da atração, a entrada pode ser gratuita ou variar de R$ 5,00 a R$ 20,00.
Para cair na dança, é preciso vestir roupas leves. As mulheres podem usar um vestido solto ou uma saia que acompanhe o gingado do corpo. Os homens podem optar por uma calça básica ou bermuda. A folia é regada a cipó-


Obs.: Uma estátua de Frei Bruno está sendo construída em Joaçaba, SC, que será a 4ª maior do mundo, depois de uma estátua de Buda gigante que ainda está para ser construída na Índia, Estátua da Liberdade (Nova York) e Cristo Redentor (Rio de Janeiro) – F.M.

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