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Artigos-->Foi o ovo ou a galinha? -- 26/07/2002 - 21:58 (Marcos Gimenes Salun) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quem não conhece o velho jargão (cinematográfico?) que diz que “uma imagem vale mais que mil palavras”? Será que vale mesmo? Quer dizer, será que a palavra é algo assim tão insignificante e desprezível para ter uma cotação tão baixa? Será que a palavra, que na minha opinião é a célula-mater da comunicação, não poderia ter um lugarzinho um pouco mais privilegiado nessa equação? Sem nenhum menosprezo pela “imagem captada”, acho que a “palavra captada” é algo a se considerar nesta história toda.

O uso da comunicação através dos sons é certamente posterior ao da imagem. Esta sempre esteve presente, desde os primórdios da criação. Esteve disponível, sempre e sempre. Ponto para a imagem. Porém, ao transformar os sons disponíveis e possíveis em símbolos que pudessem transmitir uma mensagem, o ser humano criou a mais poderosa arma que jamais esteve ao seu alcance. Ele criou! A comunicação através dos sons e da palavra foi algo que o homem soube captar e utilizar em seu benefício e isso é extremamente importante e deve ser levado em consideração. O resto sempre esteve disponível e não foi criação do homem, com sua inventividade e sua sabedoria. Já a imagem, sem qualquer demérito ao ser humano, foi inventiva do Criador, posta à disposição do ser humano. Captá-la, sim, foi uma conquista do homem.

Com isso quero dizer que nossos ancestrais na genealogia humana tiveram o privilégio de estabelecer determinados símbolos disponíveis na criação divina, traduzindo o que viam e ouviam, em palavras. Daí a chegar aos nossos dias, certamente houve um longo tempo de aprendizagem e treinamento, erros e acertos, divergências e convergências, até que cada povo descobrisse a sua maneira de utilizar o milagre da palavra na comunicação. As incursões deste ser humano, criador e empreendedor, pelo planeta cheio de imagens já existentes que ele tinha para explorar, acabaram criando uma gama de maneiras diferentes de dizer as palavras. Babel?

Neste ponto quero destacar o papel do homem, descobridor do som e depois da palavra como meio de comunicação. Ele já a tem, com todas as suas possibilidades. Desfruta dela e não prescinde dela para viver. Porém, usa-a com displicência, rotineiramente. Usa-a como elemento capaz de lhe trazer o pão à mesa, mas com desprezo, pois ela é mesmice em sua vida. Usa-a como possibilidade de sucesso para um negócio, mas não se esmera, pois não compreende seu poder. Usa-a como meio de guerra, de injustiças, mas não tem consciência do que ela pode causar. Talvez porque não tenha conhecimento de outras palavras mais benéficas.

A palavra é poderosa, sim! Quem quer que a use, com o domínio que dela tem, precisa ter muito cuidado. As palavras devem ser adequadas, devem ser legítimas, devem ser sinceras, devem ser simpáticas e devem ser, principalmente, as melhores que sabemos. São elas as responsáveis pelas conseqüências de nossa comunicação com o mundo, sejam elas quais forem. Uma palavra, uma só, pode estar interferindo muito em nossas vidas, pois vivemos delas...

Depois de toda esta conjectura, só gostaria de saber se meus confrades, exímios usuários da palavra, podem me responder quem veio primeiro: “O ovo ou a galinha?”

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Publicado no jornal "O Bandeirante"

da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - SOBRAMES-SP

Edição nº 115 de junho de 2002

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