SÃO LUÍS A ex-governadora Roseana Sarney (PFL) está orientando os eleitores presentes aos comícios que vem fazendo pelo interior do Maranhão a não votar de jeito nenhum no presidenciável tucano José Serra. Com isso, ela coloca em praça pública a posição que vinha defendendo reservadamente desde que abandonou a corrida presidencial, em 13 de abril.
O que eu quero pedir a vocês é que não votem no Serra de jeito nenhum, porque foi o Serra que armou tudo isso contra mim , disse Roseana, que é candidata ao Senado, durante discurso que fez na noite de ontem no centro de Santa Helena (a 385 quilômetros de São Luís). O estado tem 2,9% do eleitorado nacional.
A família Sarney acusa o presidenciável tucano de ter, por meio de espionagem e uso político da Polícia Federal, desencadeado o caso Lunus , episódio que levantou suspeitas de envolvimento de Roseana com desvio de recursos públicos e resultou em sua desistência de concorrer à sucessão de Fernando Henrique Cardoso.
A ex-governadora está visitando 17 municípios maranhenses desde anteontem e, na maioria deles, prega o voto anti-Serra e explora supostos defeitos do tucano, como a acusação de que ele seria contra o Nordeste. Ele armou contra o Maranhão, contra a mulher, discriminou o Nordeste, então não merece de maneira nenhuma o nosso voto , disse, ainda em Santa Helena.
A ex-governadora afirma ainda que a queda de Serra nas pesquisas de intenção de voto tem a mão de Deus e que ele vai cair ainda mais.
Os tucanos nacionais estavam dispostos a não ter candidatura própria ao governo do Maranhão e levar a legenda a apoiar o candidato do clã, o atual governador, José Reinaldo Tavares (PFL). A articulação, que contava com a ajuda do deputado federal e ex-ministro José Sarney Filho (PFL), fez água diante da forte resistência no PSDB local, que nutre forte oposição aos Sarney e que acabou lançando o deputado federal Roberto Rocha como candidato.
Apesar de dizer quem não apóia, Roseana não está, por enquanto, pedindo voto para nenhum dos outros presidenciáveis, embora sua preferência seja por Ciro Gomes (PPS).
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