Acordávamos bem cedo para trabalhar na roça.
Era um trabalho bastante pesado, mas feliz.
Tomávamos café antes mesmo do galo cantar.
Todos os dias antes de levantarmos já se ouvia na cozinha os estalados da madeira
Que o senhor da letra bordada quebrava.
Depois se ouvia o tiritar da lenha pegando fogo.
Logo se sentia o seu cheiro da fumaça.
Não havia outro jeito senão levantarmos todos de uma só vez,
Ou melhor, só os mais velhos.
Vestíamos a roupa de trabalho, a velha roupa de todos os dias.
Jogávamos ligeiramente a água fria nos olhos e corríamos para a cozinha.
O sono era tanto que parecia que flutuávamos.
Todos se sentavam no velho baú que servia de despensa na cozinha.
A dona Júlia carinhosamente servia para todos um suave cafezinho doce
Acompanhado por uma broa cheirosa e um pedaço de angu frito.
Depois de alimentados, todos saíam com a mochila na mão, sem nos esquecer da enxada e das sementes.
Na frente da comitiva de trabalho, sempre ia o senhor das letras bordadas.
Quem!?
Sr.Geraldo Sabino,meu avo.
