VERSOS ÍNTIMOS
Eis uma fresta, a telha está quebrada,
lá fora o céu se expõe de azul preciso.
Cá dentro a escuridão pousa acoitada
entre as paredes e por sobre o piso.
Na escuridão da treva concentrada
o desalento ocorre de improviso,
encontra a mágoa infinda, vergastada
e a solidão deserta... que prejuízo!
Colado à cama negra e ao negro abismo
eis que diviso a fresta com clareza
enchendo-se de luz e magnetismo.
Um raio invade a treva de surpresa,
a luz dispersa a sombra, o ceticismo
e apaga a escuridão... com sutileza.
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