Piscina de Amor – 06/07/2002
Mauricio Braga de Almeida
Há uns mares que me secam,
Causando suaves calafrios.
São teus olhos que despertam,
Paixões, medos, elogios...
Há uns pêssegos que beijam,
Deixando aroma adocicado.
São teus lábios que passeiam,
Cheirosos, tenros, delicados.
Há uns rebanhos de cabras alvas,
Marchando trêmulos no cio.
São teus dentes que me refletem a alma,
Potentes: propondo desafios.
Há uma chama que alteia doçuras,
Mas retenho este beijo roubá-la.
É tua língua que destila formosuras,
E na minha face o fogo resvala.
Há uns gêmeos entre os Andes,
Morrerá quem tentar escalá-los.
São teus seios que de tão elegantes,
Incendeiam meus vis dicionários.
Há um vale de maciez e luzes,
Revestido por grama dourada,
É tua Barriguinha: Por que me seduzes?
Se nunca beijarei tuas estradas...
Há umas torres de beleza grega,
Poderei um dia carregá-las?
São tuas pernas de mestria suprema,
E ferem-me, qual uma espada.
Há uns alicerces adornados,
Que entre sapatos se escondem.
São teus pés macios, hidratados:
Beijo-os, agora, como homem.
Há libertação no simples enlace,
E meus medos então se entregam.
São teus abraços que em meu peito ardem,
Enquanto meus lábios amantes esperam.
Há maciez no veludo das palmas,
Destruindo o medo de amar,
São tuas mãos passando-me calma,
Dando-me fé e paz pra sonhar.
Lembrar de ti é muito mais que poesia
Ou crer que poderei te conquistar.
É imaginar, com fé, o grande dia,
Que poderei em tua piscina mergulhar.
|
