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Poesias-->Auto-Retrato – 18:30-18:50 -- 07/01/2005 - 10:47 (MauMau) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Auto-Retrato – 18:30-18:50

Mauricio Braga de Almeida





Na insensatez de descrever a mim mesmo,

Comecei este texto incerto.

Nesta sensação de perder-se,

De não existir,

De negar o que sou de fato.



Mas como haverei de descrever-me,

Se me considero vil, delinqüente?

Se estou sempre pronto a esconder meus sentimentos

Para não perder o restante do que tenho?



Sou este doido varrido

Que se perde em frases sem rimas,

Em parágrafos intermináveis,

Em descrições sem sentido...



Que pede autorização para escrever poesias,

Sabendo que a poesia autoriza-se

A descrever tudo que existe...



Sou este moreno alto de baixos projetos,

De planos pequenos,

Que chora quando comovido,

Que ri do que viu de engraçado

E estende a mão aos amigos errantes.



Trago sobre mim o tédio do deserto,

E um lugar-comum sempre presente,

Ando pelo caminho que tem uma pedra,

E tropeço no mesmo lugar de sempre.



Sinto-me sozinho...

Sinto-me fraco, choroso, dengoso...

Mas me alegro com um simples telefonema.



Choro quando morrem meus amigos...

Abraço quando sinto que devo abraçá-los

Nesta compulsão de atitudes que parece falsidade,

De quem escolheu ser sincero apesar de magoar-se.



Quando o sol nasce eu penso no amor,

Quando a noite chega penso nos amantes,

Entrego-me a sentimentos desconhecidos,

Abro os braços para abraçar o vento.



Sou viciado em música barroca,

Amo comer chocolate com avelã...



Sinto-me feliz num rodízio de pizza,

Liberto-me quando estou entre amigos...



Quero alegrar a todos que amo.

Ainda que eu esteja triste,

Oculto meus sentimentos,

E na maior parte do tempo,

Sorrio para quem não sorri para mim...



Para mim, descrever-se é sempre arrogância,

É orgulho bobo de ser o que não somos,

É entregar-se às mentiras do poeta,

Que finge mentir por temer tudo que sente.



Sou aquele que odeia ser xingado,

Mas que leva na esportiva quando isso ocorre.

Sinto-me mais alegre quando faço as pazes,

Do que se me levanto a quebrar narizes...



Ainda que eu dissesse que há em mim beleza,

Ela estaria no meu maior defeito:

Na loucura de desprender-me das fronteiras,

E aprisionar-me em correntes mágicas.





Mas eu sou confesso,

Sou aquele que diz a verdade sobre o que é belo,

Que não teme elogiar uma bela moça,

Que não teme abraçar um amigo solitário,

E conta piadas para quem está triste.



Eu preciso de um abraço mais que ninguém,

E de alguém que me acompanhe quando estou só,

Eu preciso saber se eu sou bonito,

E ter certeza se estou sendo amado.



Eu ainda acredito em anjos,

E acredito que o amor tem que existir,

Que a vida não é só isso que tenho sentido,

E que deve haver alguém que me faça sorrir.



Eu sou todos os meus textos.

Senti todas as palavras de cada um deles.

Eu sei o que é galopar no teclado,

E sei o que significa tudo que escrevo.



Eu sou o que possui o medo da chuva,

Mas que abre os braços e banha-se nela.



Eu sou o que teme morrer afogado,

Mas que se atira ao mar para um mergulho excitante.



Eu sou mais que costumo ter sido,

Mais do que pareço aos olhos,

Mais do que jamais imaginei que seria,

Mas me faço oculto nas sombras da rotina.



E assim,

Nesta loucura de desvendar o que sou,

Posso dizer que é melhor descrever a saudade,

Do que tentar explicar o amor...

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