SONETO AO ESPÍRITO DE MEU PAI
Espírito escolhido nas alturas,
Tomou-me como jóia preciosa,
Posto que lho ofertado à alma bondosa,
Veio a descobrir-me em minhas procuras.
Inda deixando-me poucas pinturas...
Ah, mas quão belas, suas telas honrosas,
Retratadas em tardes prazerosas,
Fazendo-me olvidar pueris agruras.
Por não haver partido de inopino,
Restou a essa semente que ora albergo
Conter o pranto do réquiem que assino.
Nesta reta mortalha em que o envergo,
A quem homem me fez quando menino,
A, você, pai, u’a estrela que ora enxergo.
MAURICIO DE MELO PASSOS |