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cronicas-->A Comunicação como obrigação -- 29/08/2000 - 12:58 (Fernanda Carolina) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Comunicação como obrigação

Fernanda Carolina Fonseca Vieira

Após um domingo desgastante que incluiu o frango com a sogra, o time goleado, a mulher com dor de cabeça, a lembrança das contas a pagar na segunda e a estranha sensação de domingo, cheguei em casa com a maior vontade de banho, um breve cigarrinho e terminar a noite com aquele imperdível programa de televisão, que sempre proporciona cochilos em baixo do cobertor.
Mas eis que ao chegar ao portão, notei que certos cabos (aqueles que ficam suspensos de poste em poste), se encontravam no chão, interrompendo a passagem. Soltos. Arrebentados. Desconectados, enfim, longe de trazer o óscio à mente, ao corpo e ao espírito. Algo saiu diferente.
Logo se formou um tumulto no hall do prédio. Especulações sobre o que teria provocado aquela tragédia dominical. A conformação de que o conserto só viria na segunda feira era quase consensual.
As sugestões eram até aceitáveis, como: a instalação de novas linhas na região, que graças a funcionários mal treinados, teria provocado um "acidente". Pelo menos havia a quem punir.
Os mais radicais acreditavam na sabotagem da concorrência, uma vez que a antena parabólica dispensava os cabos. Os otimistas apostavam na troca de cabos desgastados por cabos novos, uma forma de prevenir uma catástrofe maior.
E aquilo tudo começou a me intrigar realmente. Não imaginava que a TV representasse algo tão importante para tanta gente, especialmente num fim de noite de domingo. E as especulações continuavam. Poda de árvore! Pirataria! Castigo! Etc.
A confusão durou alguns minutos, e pelo menos proporcionou um contato com os vizinhos , alguns vistos pela primeira vez. E de volta ao sofá, agora sem o controle na mão, fez-se um breve intervalo de silêncio, que culminou com um estridente som de trio elétrico.
Peraí!
Trio elétrico?!
Domingo?!
E a TV?
Foi simultàneo o momento em que os meus vizinhos também abriram suas janelas. O enigma estava desvendado! Entregues a monotonia do domingo, ninguém reparou na festa que ser formou na esquina. Cerca de 30 barraquinhas faziam promessas de deliciosos quitutes, bebidas quentes e geladas, música, jogos e diversão para toda família. Nossa descoberta foi confirmada pelo discurso do animador do evento, que convidativamente dizia: "Se sua TV anda diferente, venha divertir-se com a gente!!!" .
Agora, conscientes da grande sabotagem que havíamos sofrido, fomos terminar o assunto, lá mesmo na rua, como bons vizinhos dos velhos tempos. Graças à televisão.
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