As proezas e repentes de um baianu II – (setilha)
Por Airam Ribeiro 22/06/2007
Eu subi no pé de côco
Só para a água tomar
Bebi água de trinta côcos
Sem nenhum deles furar
Depois bebi mais cinqüenta
Pra ver se a barriga aguenta
Só depois eu fui mijar.
O capeta me chamou
Pra o inferno eu visitar
Lá peguei seu caldeirão
Vi mulheres a cuzinhar
Dei um couro no capeta
Só depois das das tirombetas
É que seu rabo eu fui puxar.
O capeta viu aquilo
Começou logo gritar
Veio a capetada toda
Querendo me segurar
Eu dei a volta por cima
Com mil litros de gazolina
Fiz o inferno incendiar.
Saí da terra igual foguete
Num instante estava lá
E o buraco da camada
Eu já estava a tampar
Até falei pra Santo Antonio
Que da camada de ozônio
Ninguém mais ia falar.
Mergulhei no rio Tiête
E só num sopro que eu dei
Um bilhão de garrafa pet
Só nun canto eu ajuntei
E depois de dois arrotos
As águas de mil esgotos
Todas elas eu separei.
Fui um dia lá na lua
Para a terra eu irrigar
Com uma mijada que eu dei
Desceu chuva de lá pra cá
Que molhou de sul a norte
Encheu rios encheu potes
Pro nordeste não reclamar.
Saí da terra preocupado
Numa tremenda carreira
Mergulhei de mar a dentro
Só com uma nadadeira
Avistei o desmantelo
Ajuntei todos os gelos
Que levei para a geleira.
Derrubei todos os fornos
Que tinha em Cubatão
Porque vi meu São Paulo
Coberta de poluição
Derrubei mil viadutos
No dia que fiquei puto
Não passava nem caminhão.
Enchi a boca de semente
Já sabendo pra onde eu ia
Era pra mata devastada
Em toda a minha Bahia
Depois de dez mil viagem
É que eu via uma outra imagem
E a natureza agradecia.
Derrubei o carandiru
Do Brasil todas as prisões
Também mandei cortar
As mãos de todos os ladrões
Eu vou em cada lugar
Ensinar o povo votar
Em todas as eleições.
Não tenho medo de nada
Em minha força boto fé
Da pedra sou britadeira
Sou o aço da sua colher
Essa força tem um segredo
Todos de mim têm medo
Só não tem minha mulher.
A Naza me convidou
Para dar explicações
Da minha força e meu poder
Sobre todas as nações
Não fui, não tive tempo
Porque fui ajudar o vento
Organizar as estações.
Dei uma volta lá em cima
Sobre o sistema solar
Verifiquei todos os planetas
Que estavam a si alinhar
Depois de verificado
Voltei com todo cuidado
Para o sol eu não atropelar.
Tampei a boca da trovoada
Para não soltar trovão
Alimentei todas as crianças
Pra não precisar de lixão
Para aquele que sujam o mundo
Li dei um sono profundo
Para não fazer poluição.
Na semana que vem
Vou acabar com a guerra fria
Também a guerra do Iraque
Foi um pedido de Maria
Acabar com a guerra santa
Que aos olhos do mundo espanta
Tirando sua alegria.
Assim como mandei Hitler
Pras profundas do inferno
Mando o Buxo nun caxão
Espichado com seu terno
Se ele não baixar os juros
Garanto que lhe esconjuro
Logo que acabar o inverno.
Eu sou forte e destemido
Não conto os segredos meus
Gosto de fazer o bem
Sob os comandos de Deus
Os meus passos quem conduz
E o meu amigão Jesus
Que também guia os seus.