No àmbito da crónica
Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Quando não temos assunto para elaborar uma crónica ou quando a inspiração passa "a lo largo" do teclado, escrevemos justamente sobre esse tema: a falta de assunto. E, assim, preenchemos as laudas necessárias.
Mas, nessa minha falta de assunto, eu gostaria de escrever sobre idéias que não foram desenvolvidas e ainda, ou jamais, tornar-se-ão uma crónica.

Muita das cronicas são concebidas a partir de um título. O título é aparte fundamental de um texto. É nele que damos a idéia central e provocamos o leitor. E, títulos, surgem como por encanto.

Numa viagem ao Peru, há alguns anos, conheci a cidade de Cuzco. Tão logo fiquei sabendo que iria visitar a mítica Cuzco, veio em minha mente o título de uma crónica O cusco de Cuzco, rumino esse título e a crónica não sai. E já faz tempo.

Na festa junina do ano passado, estávamos conversando, num grupo de amigos, sobre antigos filmes de faroeste e começamos a citar algumas palavras que lembravam os velhos bangue-bangues. As citações eram, basicamente, de localidades. Virginia City, Kansas, Alabama e, justamente, na hora em que eu iria fala a palavra "Kentucky" uma simpática e prestimosa senhora me oferece um copo de quentão. Aceito com muito gosto porque eu sou o Quentão de Kentucky.

Se alguns dos amigos passar pelo Rio Grande do Sul e precisar fazer alguma ocorrência de furto, por exemplo, o furto do aparelho de CD do seu carro, você terá que ir à DEFREC após a ocorrência, pois o objeto roubado poderá estar por lá. Foi o que fiz a procura do meu segundo CD furtado. Chegando lá fui recepcionado por uma figura impecavelmente vestida. Não tive dúvidas: estava diante de mais um título de uma crónica. De fraque na Defrec.

Outro dia conversando com um colega de trabalho falávamos da administração popular de Santa Maria e fizemos algumas críticas a um secretario, taxando-o de sectário. Achamos o secretário muito sectário. Bingo! Outra crónica. O secretário sectário.

Como as idéias não são nossas e sim do mundo, deixo para que alguém com um pouco mais de inspiração e imaginação para desenvolver uma crónica digna desses "formidáveis" títulos.
"O cusco de Cuzco"; "O quentão de Kentucky"; "De fraque na Defrec" e "O Secretário sectário".


Bom proveito a quem se alçar. Mãos à obra.