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Poesias-->Por vezes tenho vontade, -- 17/01/2005 - 11:10 (Agostinho M. da Costa) |
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De gritar sem ser de horror
Quando ouço alguém dizer
Que poetizar é iludir
Aqueles que sonham
Apenas com um amor...
Por vezes tenho vontade
De escrever tudo que sinto
Mas vou aborrecer os leitores
Que não têm culpa dos desatinos...
Por vezes tenho vontade
De escrever um palavrão
Devolver os insultos
Que atingem o coração...
Por vezes tenho vontade
De fazer um movimento
Para fazer de todos, corruptos!
Dar chance ao povo ordeiro
Que morrem sem serem ouvidos...
Por vezes tenho vontade
De abraçar o meu vizinho
Mas ele pode entender
Que agora prevalece
O meu lado feminino...
Por vezes tenho vontade
De sentir a fome que não me atinge
Dar a solidariedade
Aos que sente ao longe, a fome!
Esperando um milagre divino...
Por vezes tenho vontade
De atentar contra os remédios
Que são drogas que viciam
Mas vou desagradar
Aqueles que vivem do vício...
Por vezes tenho vontade
De escrever o nada que vivo
Como agora que enrolo
Para não dizer a dor da alma
Que é ver o fim da família...
Por vezes tenho vontade
De dizer para minha menina
A verdade sem rodeios
Transei ontem com outra
Pensando ser a gostosa da vizinha...
Por vezes tenho vontade
De declamar uma poesia
Narrando um romance
Uma comédia na cozinha
Senti ciúmes da secretária
Beijando o motorista...
Por vezes tenho vontade
De acabar com essas vontades
De mandar todos que fingem
Para aquele lugar
Onde a mãe-pátria é que pariu...
Por vezes tenho vontade
De não ter vontades
De escrever como agora
O fim das minhas vontades
Que elas vão para aquele lugar............................
............................................... ou.........................
Para a ponte que caiu...
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