Sir Charles Chaplin, o nosso querido e inesquecível Charlot, o verbo gestual em todas as línguas, o mais genial dos superantes de Babel, o movimento exterior que fez meus olhos de criança resplandecerem de sensações indizíveis, nasceu em 16 de Abril de 1889, em Londres - Inglaterra, oriundo de família muito pobre e órfão de pai. Cresceu predestinado a ser um grande vulto na história do cinema universal. Sendo um dos primordiais responsáveis pela criação do cinema mudo, embalou durante várias décadas com emotivo enternecimento o miolo cultural do século XX, protagonizando comédias que relatavam com exemplar mestria a vida real e ainda hoje constituem o mais lídimo humor do género humano.

Durante algum tempo os críticos adoravam falar bastante mal da figura dele. Levou tempo até que enfim lograsse ver seu inequívoco valor reconhecido no mundo do cinema, mas o dia vitorioso e espiritualmente compensador chegou no ano de 1988. Chaplin recebeu o oscar pelo conjunto de sua obra cinematográfica e foi-lhe prestada uma significativa homenagem.

Ao longo de sua vida um tanto ou quanto conturbada e atribulada em amores, Chaplin teve 4 esposas e vários casos romanescos, mas nunca deixou que a vertigem e a luxúria o eliminassem das telas. Sempre devotadamente em frente, criou, escreveu, improvisou e realizou com afinco um importante espólio cultural.

Acumulou e esbanjou rios de dinheiro ao longo de sua afamada carreira. Seus filmes foram vistos em todo mundo e não há quem não tenha uma luzinha memórica de Charles Chaplin - Charlot em todos os idiomas. Quem é que nunca viu uma foto, um desenho ou uma imagem do génio do cinema mudo? Fortuna foi, fortuna veio, como muitos outros artistas, Chaplin nunca soube administrar correctamente seus bens e por três vezes esteve à beira da ruína, mas sempre soube evitar o malogro.

Chaplin foi por diversas vezes coagido a sonorizar seus filmes, mas sempre se negou a fazê-lo de facto. Dizia que quando o vagabundo falasse perderia desde logo totalmente a graça. Todavia acedeu ao som no polêmico "O Grande Ditador", no qual satarizando o nazismo ironizou impiadosamente a política americana.

Numa bem organizada e ardilosa manobra, totalmente de baixa e esconsa política, Chaplin foi banido da América, onde ele residia e então amava vincadamente. Comentava que esse foi o pior incidente de sua vida. Anos mais tarde a Meca do cinema reconheceu-lhe o mérito e ressarciu-lhe a moral condignamente.

Chaplin faleceu em 25 de Dezembro de 1977, dia de Natal, em Corsier-vur-Vevey - Suíça. Aos 88 anos, morreu serenamente feliz, ao lado da família e de sua última esposa, com a qual conviveu por mais anos e sem dúvida também mais amou.

"Uma imagem vale mais do que mil palavras"... Proclamou Charles Chaplin. No próximo dia 16 de Abril completam-se 115 anos sobre o nascimento de um menino pobre e órfão de pai: mais genial ainda!...

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