VOCÊ CHEGA?
À porta estou papai, antes que saia
eu quero mais u’abraço doce e leve,
já arrumadinha estou de blusa e saia
p’ra aquele beijo que você me deve.
Com que ternura apresto-lhe a tocaia
que me assegura o encanto, ainda que breve,
de estar por um minuto que desmaia
no abraço que o meu corpo circunscreve.
Tão logo, ao seu pescoço me agasalho,
a quanto vou perdê-lo p’ra o trabalho
no ensejo que me abraça e me aconchega,
só me restando, brava e entristecida,
essa pergunta há muito repetida:
E você chega papai? Você chega?
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