Brasília, 10/fev/2005 – 17:05h
Uma vez circulei você
com linhas que iam dos meus braços
aos pontos finais dos meus amassos.
Você fez uma careta meio ovóide,
e saiu em movimento helicoidal
e voou feito um asteróide.
Mas como tudo que sobe, desce,
caiu de novo no meu quintal.
Uma vez envolvi você
num triângulo pouco equilátero.
Você se equilibrou em cima
de um amor superlativo,
e apesar da superfície áspera,
esperneou sobre minha conduta relativa,
e permaneceu ancorado numa hiperbólica esperança,
derramando zilhões de lágrimas
sobre a minha obtusa cegueira.
Quase anulou a confiança.
Mas permaneceu paralelo.
Quem sabe à espera de uma aguda crise de bom senso.
Agora cá estamos,
depois de muitos vira e volta,
eu continuo circulando você,
elíptica e fechada,
helicoidal, subindo e descendo
e indo e vindo.
E você continua onde sempre esteve:
no meu centro.
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