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Contos-->NADA SINCRONIZADO -- 13/04/2004 - 10:15 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Capítulo 1


Carlos, naquela quinta-feira, levantou-se bem cedo. Estava com uma dor de cabeça horrível. Bebera e fumara até as onze horas da noite. Teria que assumir seu posto ao meio-dia no hospital do doutor Brady Kardia.
Como não se sentia bem, nem cogitou em fazer o café. Ainda havia uma lata de cerveja na geladeira. Nada melhor do que “uma de encontro” pra acalmar os nervos.
Bebeu com sofreguidão e entrou no banheiro para tomar um banho rápido. Fez a barba e vestiu-se.Sentia que teria um dia cheio lá no moquiço dos infernos.
Doutor Brady atrasava os salários e estava difícil continuar no trampo.


Capítulo 2


Quando chegou à portaria, trajando seu uniforme impecavelmente branco, notou que havia mais dois enfermos aguardando a conclusão da papelada, por Elza, a atrapalhada.
Foi até o relógio ponto e bateu o cartão. Preparava-se para assumir o posto, rendendo seu colega que terminava o turno, quando o telefone soou. Elza atendeu e chamou Carlos que passava rapidamente.
O enfermeiro tomou o aparelho e, com voz irritadiça, de quem não apresentava mesmo calma, foi logo perguntando, naquele tom duro, quem era.
Do outro lado da linha o dono da funerária Henrique S.O Namorte perguntou a ele se havia ali na portaria um sujeito de calça azul e camisa branca.
Quando Carlos confirmou, ouviu a história contada por Henrique: tratava-se de um cativo violador duma criança e que, pra fugir da justiça, resolvera se internar. O vassalo era tão ruim que estuprara até a própria irmã.
O enfermeiro acreditou na conversa e, como precisava muito da grana recebida, pelos “pacotes” que mandava ao Henrique, desarquivou seu plano “trocando seis por meia dúzia”, concebido com o amigo, durante uma churrascada na casa da Luísa Fernanda, conhecida como a fodida, mocréia, escalafobética e demoníaca.


Capítulo 3


Os dois adoentados foram trazidos à enfermaria. Fariam antes uma consulta ao doutor Brady Kardia.
Brady, sentado confortavelmente à sua mesa, despida de qualquer enfeite ou coisa sobre ela, mandou que o consulente se postasse à sua frente. Carlos ficou atrás do dodói que mostrava nervosismo.
O médico perguntava ao adoentado, os assuntos de rotina, fazendo a anamnese, usando palavras ditas num tom baixo e bem suave.
Carlos, da inferneira, querendo engrossar, disse que o submetido ali presente, usava drogas e que era muito mau.
O paciente, coitadinho, não entendeu, pois não conhecia Carlos e achava que ele não poderia saber nada de sua vida.
Brady passou uma receita e Carlos pegou-a levando a vítima, digo, o enfraquecido pelo braço.


Capítulo 4



Carlos conduzia o padecente e pensava que o “mardito” médico chegava de Honda Civic super moderno pra trabalhar, mas não pagava corretamente seus empregados.
Irado, mandou que o dependente tirasse a roupa. Pediu que ele subisse numa balança e anotou seu peso. Mediu a pressão arterial, anotando-a também.
Foi até um armário velho e de lá extraiu uma espécie de camisolão de saco de açúcar, ordenando ao tolo que o vestisse.
Tirou da sua gaveta uma ampola, quebrou a parte superior e, introduzindo nela a agulha fina, da seringa média, sugou o líquido.
Com voz de sargento, que recebera o oficial de justiça, intimando-o a deixar a casa, Carlos sentou o adstrito na cadeira velha e de pernas moles.
Passou um algodão contendo álcool no braço do infeliz e enfiou-lhe a agulha de um jeito tão grosseiro que o coitado gemeu. Carlos então, pressionou o êmbolo usando mais força, fazendo a vítima clamar por misericórdia.


Capítulo 5


O remédio fez logo seu efeito. Atordoado, o doente foi encaminhado até um leito, num local chamado baia, onde havia outras cinco camas.
Carlos instalou ao lado esquerdo da cama, um aparato, onde pendurou o recipiente de soro, cuja cor indicava algo não muito usual.
Com faixas brancas, amarrou os punhos do dormente, um de cada lado, às barras laterais do móvel. Estendido, com os braços abertos, como que numa crucificação, o imolado sofreria por causa do ódio, incúria e cobiça daquela gente, que ele nem conhecia e, nunca vira mais gorda.
Bastante nervoso, Carlos decidiu aplicar o plano “trocando seis por meia dúzia” e, para isso foi ao laboratório. Estava com sorte. No momento não havia ninguém presente ali. Dirigiu-se até a geladeira, que continha o material para exames, e pegou um recipiente de fezes. Com a espátula, retirou uma porção.
Pôs a bosta num vidro de boca larga e fechou-o com cuidado. Foi então para a enfermaria. Colocando H2O na merda, agitou o vaso com bastante força. Notou que a água tornou-se turva, mas achou que deveria introduzir mais líquido. Conseguida a fórmula, com uma seringa de agulha grande, retirou a mistura do vidro.
Caminhou até onde dormia o infeliz, que alheio às ocorrências, fora julgado culpado e, sem direito a recurso, condenado às penas do inferno, por cometer um estupro do qual nunca imaginara existir.
Carlinhos maligno então, introduzindo a agulha, no regulador da velocidade de gotejamento do soro, comprimiu o êmbolo deixando ali o remédio satânico.


Capítulo 6


Em alguns minutos o paciente acordou e sentindo-se muito mal, chamou por alguém. Ninguém o ouviu. Gritou, implorou, mas não foi atendido.
Chorava e pedia, pelo amor de Deus que o tirassem dali. Carlinhos chegou perto e, cínico, perguntou o que estava acontecendo. O doente clamava por piedade.
O enfermeiro ligou para o doutor Brady, que tomava, àquela hora, o seu café vespertino e disse-lhe ser o cara um louco mesmo. O médico, hesitante, mandou-o reforçar a medicação receitada na primeira consulta.


Capítulo 7


Depois de 15 dias de fino trato, com aquele tipo de medicamento, o resignado tornou-se mais agressivo e irracional. Atacava todos a sua volta e quase matou um outro parceiro de quarto durante uma noite insone.
Quando recebeu alta médica estava bem pior do que quando se internara.
O infeliz mal sabia que, simplesmente, tinha sido só mais um número nas enormes cifras componentes das fortunas que os governos empregavam nos hospitais psiquiátricos, em benefício dos tubarões insensíveis. e detrimento da saúde dos mais fracos.


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