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Contos-->Amiga odiada 1(contos) -- 15/04/2004 - 22:01 (Marcos Lazaro da Silva Bueno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acreditava que Paula, ainda jovem e inocente sentisse horror e desgosto ao lembrar de Rafaela. Eu, pródiga em doces e excitantes caricias, a cobria de amor e ternura, às vezes, chegava a saciá-la de prazer, na esperança de que ela não fosse capaz de encontrar outra forma de ardor, senão aquela que nos envolvia nos deleites do sentido da alma. Acabei me enganando, a imaginação de Paula foi despertada, e era maior que todos os outros prazeres. Aos olhos de Paula, nada se igualava ao delirante prazer que sua amiga lhe proporcionava. Nossas emoções mais fortes eram piores do que simples caricias comparadas ao furor que conheceu.
Ela me havia jurado nunca mais rever Rafaela, mas o juramento por mais que tentasse, não acabava com os desejos que nutria em segredo. Era verdade que lutava contra eles, mas esse combate travado contra si e seus instintos mais interiores, aumentavam ainda mais seus desejos. Compreendi então que cedo ou tarde ela não resistiria, acabando por perder a confiança que ainda lhe restava. Fui obrigado então a esconder-me para observá-la, e graças a um buraco camuflado na parede, podia a cada noite, quando ela se recolhia, contemplá-la. Pobre infeliz. Por várias vezes a via chorar pela cama, contorcendo-se, rolando desesperada, até que um dia rasgou as roupas e colocou-se nua diante do espelho, com os olhos esbugalhados, como que louca e com raiva. Ela se tocava, se batia e se excitava por puro prazer, num frenesi frenético e selvagem. Quando pensei em curá-la, achei que já era tarde. Curioso, queria ver até onde iria seu delírio.
Uma noite, estava em meu quarto. Paula se preparava para dormir, quando a ouço gritar. Rapidamente vou até a porta ver o que esta acontecendo. Vejo Paula aos berros, e para que ela não me veja, escondo-me atrás da porta, passando assim a observá-la:
_ Quem esta ai? É você Angélica? Rafaela?! Não a esperava.
_ Sem duvida. Você foge de mim, me evita, precisei ser esperta. Enganei e afastei seus empregados, e então aqui estou.
_ Não consigo compreendê-la, muito menos qualificar sua obstinação por mim. Mas se guardei em segredo o que sei sobre você, minha recusa em recebê-la, deveria ser o bastante pra fazê-la entender que não é bem vinda. Eu a rejeito, a abomino. Deixe-me, por favor. Afaste-se de mim para evitar escândalo.
_ Já tomei minha decisão e minhas providencias. Você não me fará mudar de idéia. Minha paciência se esgotou.
_ O que pretende fazer? Forçar-me novamente, violentar-me, atacar-me? Não, isso não! Não permitirei! Ou você se retira ou terei de chamar os empregados. – Rafaela ri um sorriso sarcástico e diz a Paula;
_ Minha criança, os empregados foram comprados por mim. Estamos a sós, as portas estão trancadas e por segurança escondi a chave. Você esta em minhas mãos. – aproxima-se dela devagar. – Acalme-se não tenha medo.
_ Por Deus! Não me toque!
_ Paula, qualquer resistência será em vão. Você vai ter de ceder de qualquer maneira. Sou mais forte, e a paixão me anima. Mesmo um homem não me venceria. Vamos... – Paula começa a tremer como que com muito frio. De repente fica pálida, e então desmaia. Rafaela desesperada chama por ela e por ajuda.
_ Meu Deus! Paula! Paula! Socorro! Ela esta passando mal! Por favor, alguém me ajude. Não! O que eu fiz! Volte a si, acorde, por favor! Vamos meu amor, reaja! – Paula continuava desacordada, e como se ela estivesse entendendo, coloca a cabeça de Paula sobre seu colo e começa a conversar, como que a convencendo. – Se eu a aperto assim contra mim, é por amor. Eu a amo tanto, tanto, que não me compreenderia. Eu não sou uma má pessoa, não, eu não sou, eu sou boa, muito boa, tanto que a amo. Veja em meus olhos, sinta o meu coração bater. É por você. Só quero a sua alegria e seus delírios em meus braços. Volte a si, volte, volte sob meus beijos. - Rafaela beija-lhe a face, e como que por milagre, Paula volta a si. – Graças a Deus querida, graças a Deus que voltou, fiquei desesperada.
Paula tentava afastar Rafaela, mas ainda tonta, continuava no colo de Rafaela.
_ Assim você me mata! Deixe-me, você é horrível!
_ Horrível! Horrível! Como posso transmitir tanto horror? Não sou jovem nem bela, é o que ouço dizer em toda parte. Mas e meu coração? Haverá outro capaz de amar mais do que ele? O fogo que me devora, que me consome, esse fogo de incêndio que redobra o poder de meus sentidos e me faz triunfar onde todos desistem, esse fogo é então uma coisa horrível? Diga? Um homem, um amante, o que mais pode ser comparado a mim? Dois ou três combates os cansam, no quarto combate se encontram impotentes, e então caem. É de dar dó! Eu permaneço forte, incansável, insaciável... Sim, sou a encarnação do gozo ardente da carne, do gozo que incendeia o corpo, sou a luxúria implacável que proporciona um prazer sem fim. Enfim, sou o prazer que mata.
_ Chega Rafaela! Chega!
_ Não, me escute Paula. Fiquemos nuas, sentido-nos jovens e belas, suaves e perfumadas, ardendo de amor e tremendo de prazer. Nos deitemos e misturemos nossa carne, soltando corpo e alma num suspiro, num único gemido, um gemido de amor... Paula é o céu!
_ Que palavras! Que olhares! E eu ainda escuto e olho pra você. Ah! Tenha pena de mim, por favor! Sou fraca e você me extasia. Que poder é esse que você tem? Você se mistura a minha carne, aos meus ossos... Você, você é um veneno. Não, você é horrível, é... Eu te amo!
_ Eu te amo! Te amo muito! Diga, diga outra vez, estas palavras me queimam.
Rafaela estava pálida, imóvel, os olhos arregalados, as mãos unidas e de joelho diante de Paula, que estava sentada no chão. Paula tocada por Deus, parecia transformada numa estatua. Era fantástico. Derrotada, estava em êxtase.
_ Sim, eu te amo! Quero e a desejo com todas as forças do meu corpo. Vou acabar perdendo a cabeça.
_ Perca! Perca tudo! – Paula volta a ficar nos braços de Rafaela, que começa a tocá-la. – Seus cabelos são tão lindos, que brilham entre meus dedos. Seu rosto tão puro e branco. Seus olhos e boca, tão belos. Você é branca, sedosa, perfumada... Você é um anjo, você é a devassidão. Essas roupas, essa renda, esse colo... – Rafaela se levanta e começa a se despir, enquanto Paula fica sentada no chão observando. - Vem, fique nua. Vem pra mim, depressa, eu já estou nua. Fique de pé para que eu possa admirá-la. Isso, agora fique nua. - Sem pudor, Paula começa a se despir. – Maravilhosa! Fantástica! Se pudesse capturá-la defini-la num só traço... Hei, aonde você pensa que vai! Espere, venha aqui. Quero beijar seus pés, seus joelhos, seus seios, sua boca, seu... Vem, me abraça, me aperta. – Paula volta e se ajoelha diante de Rafaela, abraçando-a. - Assim, forte. Que alegria meus Deus, que felicidade. – Rafaela beija-lhe a boca de maneira apaixonada, e apôs, transbordando de alegria, grita para que todos ouçam. - Ela me ama! Ela me ama!
Os dois corpos se transformam em um, sendo que as cabeças mantêm-se afastadas, se olhando com uma expressão radiante. Os olhos estavam em fogo, as faces num vermelho ardente, as bocas estremeciam, riam ou se uniam numa paixão violenta. Até que ouvi o exalar de um suspiro, a resposta veio com outro suspiro. Depois houve um grito abafado e as duas caíram satisfeitas.
_ Você me fez feliz, muito feliz. – disse Paula.
_ Você também Paula, você também. Fez com que sentisse uma felicidade até então desconhecida por mim. Foi como se nossa alma e sentidos estivessem unidos que fossemos uma só pessoa. Ah! Foi maravilhoso. - Rafaela se levanta e se dirigindo para o quarto de Paula a chama. – Venha, venha para cama, venha provar uma noite de embriaguez!
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