SAUDADE DELA
Chegando a tarde, vai batendo uma saudade,
uma falta dela que nem sei como falar
Sento, pensando, relembrando o doce beijo
e a distância ainda ajuda a saudade torturar
O sol se pondo faz o céu todo vermelho,
no horizonte ponho os olhos, sinto o chorar
Tudo vazio, na estrada não vem gente
Uma dor no peito, tenho até falta de ar
Quando escurece, lua-bola empratece
o vale todo estrelado, rir do penar
Vou matutando um suspiro ou outra prece
Se é deste jeito, madrugada vem e abusa
No leito rolo, relembrando sem amar
e a saudade vai ficando mais confusa
© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 )
(in Dos Beijos - Editora Blocos
Maricá/RJ - 1999)
http://tanajura.cjb.net |