Uma simples palavra, por menor que seja, pode encerrar na locução corrente um sentido amplo; é o que acontece com a palavra FIM, que tanto pode designar o término de coisas e eventos que nos são particularmente gratos, como o término de coisas e eventos pesarosos.
Quando o vocábulo FIM é aplicado para comunicar a morte de pessoas que amamos ou amizades que perdemos, essa palavra nos provoca na alma uma melancolia sem limites. Mas quando ela é aplicada para designar o término de um mal como a guerra, as epidemias ou coisas semelhantes, ela nos traz uma sensação de alívio e felicidade.
Tudo isso é óbvio, mas essas nuanças fazem parte da própria filosofia de viver, são os sentidos antagónicos e extremos da aplicação na linguagem da palavra FIM, que está sempre em nossos lábios, por uma razão ou por outra.
FIM é o mágico vocábulo de duas faces que muitas vezes esperamos para poder pronunciar com alegria, quando preocupações, dúvidas e sofrimentos já não mais torturam o nosso coração, isso porque, a lógica humana nos faz crer no princípio e no fim de todas as coisas, quer sejam elas materiais ou sentimentais. As coisas, as pessoas, o planeta onde vivemos e até as estrelas capazes de viver bilhões de anos, desaparecerão um dia. Nada neste universo imenso escapa a um ponto final.
É cíclico, mas lamentável, saber que cada um de nós vai ter na morte o seu fim, pelo menos como ser humano. É quase incrível pensar que, dos seis bilhões de pessoas que atualmente habitam a Terra, talvez nem 1% exista daqui a 100 anos; todos terão pela morte o seu final, para que outros seres humanos possam ter o seu começo.
Entre o começo e o fim gira toda a sinergia cósmica, pela substituição dos seus componentes e dentro desses limites o universo foi criado. Entre o princípio e o fim dos nossos desejos, nascem e morrem as paixões humanas. O nosso próprio destino é orientado para o fim da existência.
Com relação ao fim material das coisas mundanas, existe uma máxima que diz: "Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe". Essa é uma norma das mais convincentes na sabedoria popular, indicando que tudo quanto existe tem um fim, essa é uma condição infalível, inexorável e imutável.
Só Deus e o tempo não têm fim. Deus, por ser o Senhor Absoluto da sua continuidade, da sua perfeição e do seu virtuoso poder. O tempo, por ser o implacável instrumento com que nosso Criador maneja as alavancas do universo e da limitação da vida humana, talvez, em relação à Sua própria obra universal que com tanta sabedoria e arte foi criada! |