Era uma vez três moçoilas, todas não casadoiras. Uma delas, a mais ferrenha, conseguiu ficar pra tia. E era o que mais ela queria.
Gostavam, no entanto, de visitar igrejas em dia de casamento. Freud nisto não gastaria um momento. Era óbvia a necessidade de compensar o que elas tinham em pensamento, que era permanecer sem se amarrar. Mas gostavam de observar as outras se enforcar.
De tanto à igreja ir, pelo jovem padre se apaixonaram. Alto, moreno, olhos enormes que pareciam escotilhas. Todas por ele sonhavam. A mais espevitadinha, porém, preparou-lhe uma armadilha: fingindo-se pesquisadora, com dever de ginasiana, munida de um questionário, foi até o seminário.
Pelo padre chamou. Lá veio ele, estremunhado, cabelo arrepiado, parecia um debilóide, cara de quem comeu e não gostou, olhos espantados de quem sofria de tiróide. Longe das luzes, das flores, do ambiente perfumado da igreja e das emoções de casório, o herói perdeu seu envoltório. Algumas palavras balbuciou, não entendia as perguntas que ela lhe estendia.
A pesquisadora dali se largou, pra lá não mais voltou, com o amor se decepcionou e da ilusão se divorciou. Essa é a que, das três, nunca se casou. |