A altitude conquistada proclama desafio em cada hora.
Desço o olhar ao redor,
O vale é sombrio e o vento aspiral
Sinistramente procura sugar-me
Aos confins de um túnel de sórdidas lembranças.
De fragilidade é feita a minha bagagem.
Fui lançada no absoluto que há entre a distância do alto a baixo.
Um espírito das trevas ecoa sua voz
Nos meus tímpanos inflamados de vãs palavras e insulta-me.
Nesse agudo inferna, explode o cristal
Da intimidade do meu ser com o divino,
E ouço a suavidade de um falar que diz:
- " A decisão somente a você pertence. A influência mede a capacidade da escolha.
Eu te influencio a subir, a enrijecer os músculos através do esforço que lhe fará vencedora com as dores da determinação".
E continuou:
- "todo subir é árduo, a pressão é preciso senti-la. Em determinadas alturas o oxigênio parece faltar e as forças se esvair. Não esmoreça. Retire o pó, atice a brasa da coragem, e deixe que as asas da ousadia levante altas chamas e, aqueça-se do frio temor. A maior intensidade do sol é quando sua posição está no alto, e mesmo que este venha a declinar, existirá no escuro os pontos brilhante - as estrelas que piscam num namoro a conquista. O brilho é devedor do escuro. Nesse paradoxo os afins se realizam".
Subindo a ladeira
Transitei o áspero
Alonguei o corpo
Calcei de pó os pés
Lavei meu rosto na fonte própria.;
Suor e sangue
Secado ao vento que desalinha minhas cãs e some.
Subindo a ladeira
Aprendi que a grandeza do alto e a profundidade do despenhadeiro,