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Erotico-->NU - AUTORIA DE KILANDRA E DENISON -- 10/10/2001 - 15:34 (denison) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nu - Poesia concebida por Kilandra e transformada por Denison Borges, sob a autorização da autora.
A idéia de criar um pequeno poema em conjunto comigo partiu dela mesma há mais de um mês atrás e só agora surgiu o texto e a inspiração ideal. Resolvi publicar este nobre texto transformado por mim sem passar pela leitura prévia da esplêndida poetisa, porque eu queria oferecer-lhe esta surpresa como um presente típico de Denison Borges.


__________________________________


Nu
meu corpo nu
Um nu digno de Rembrandt
Qual virgem para sacrifício
Em estado de graça ritualística
Posta deitada e coroada
Sobre relvas sagradas e
Em altares de Baco
Bebida por tua boca feroz
Boca sedenta da minha rubra secreção
Envelhecida em braços de outros
Saboreada em pequenos sorvos
Encharcados em suspiros etílicos
E entre desenfreados goles
Desfaço-me
Dissolvo-me em ti
Meu maluco, bêbado de mim.

___________________________________

Observações de Denison –

Percebe-se que o estilo e o tema são kilandrescos, mas há uma certa perturbação borgesiana que não desequilibra a linguagem, por vezes, agressiva e serpentiante da poetisa paulista.

A textura básica, ora primitiva ( “qual virgem para sacrifício” ), ora clássica ( “em altares de Baco” ) faz desta pequena obra-prima usineira uma obra de ambiguidade universal nunca vista aqui em nosso site.

Em todo o poema há um paralelo entre o corpo feminino da protagonista e o vinho. Note-se, entretanto, que em nenhum momento é citada a palavra “vinho”, que na verdade, é o ingrediente do poema.; este é apenas um dos poucos detalhes que faz desta obra uma das mais ricas e inteligentes já criadas para o Usina de Letras.

Note-se também a forma sutil pela qual o poema serpenteia por várias linguagens, concepções, escolas, sem que se perceba nenhuma cicatriz, salvo no final, quando a linha contrastante , completamente desordenada, descontraída, nos faz lembrar a Nona Sinfonia de Beethoven, que começa como uma obra instrumental clássica e finaliza com um coral desconcertante, dando-nos a impressão de uma estátua grega de gesso, cujos pés são coloridos, feitos de um material moderno,criando um contraste quase insuportável, mas essencial para o nosso século...onde se sente desde a cultura barroca ( “Nu...meu corpo nu...digno de Rembrandt” ), passando pela cultura medieval, dando referências à mitologia grega, ao humanismo renascentista, passando pela verve romântica e finalizando de forma inesperada, informal, enfim, contemporânea.

Quando eu digo “envelhecida em braços de outros” além de, naturalmente, fazer uma alusão ao processo de envelhecimento do vinho, há o resgate de um certo estado, típico de Kilandra, de uma entrega volúvel, de uma certa condição de ser meio “puta”, meio aventureira – atitude conquistada, de forma mais efetiva, pela mulher emancipada do século XX, contrariando o estado de virgindade, odiado por Kilandra, ao mesmo tempo, querendo mostrar experiência por parte da mulher – onde a “virgem em sacrifício” torna-se apenas uma sugestão, para dar um tom primitivo e dramático à protagonista, que de virgem não tem absolutamente nada.







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