O Assombro da Noite
Cobre-me o véu da noite,
Ouço o gralhar da coruja
Num rasgar de pano.
Abre-se divisa entre a morte e o engano
Brinco com essa insolência
Mito de ensinamento antigo,
Que polui a mente,
Instando verdade comigo.
Sinistra madrugada.
O natural amedronto se revela.
Passos frios assustam a noite,
De tremor meu corpo sela.
Pasma, me encolho nesse lençol negro
Mais, o pássaro agourento
Pousou no meu medo com ungüento...
Respiro alívio, ele voou
Se foi o tormento.
Jair Martins
24/01/05 - 00:12h |